“As inovações precisam de ser melhores, mais inteligentes e mas sustentáveis”

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Erik Bang é o coordenador pelos Global Change Awards (Prémio pela Mudança Global, em tradução literal), entregues pela Fundação H&M e revela, por escrito, ao Delas.pt o que acontece depois de os vencedores estarem encontrados. O responsável garante que já há vencedores de 2015 que vão começar a ver as suas inovações a chegar ao mercado já este ano.

Mais do que servir a H&M, Bang diz que o objetivo é trazer inovação e sustentabilidade à indústria da moda. Em 2016, a fundação sem fins lucrativos recebeu candidaturas de 130 países, mas não revela se Portugal estava entre os concorrentes.

Assim que o vencedor é conhecido, o que sucede? Que tipo de relação a marca passa a ter com ele? A H&M passa a trabalhar diretamente na investigação?

O projeto é da fundação H&M, sem fins lucrativos, de onde arranca também o Global Change Award (GCA). E não da empresa. A fundação trabalha para lá da cadeia de valor da companhia e o prémio pretende conduzir à mudança de toda a indústria da moda. Para lá do milhão de euros de prémio, os cinco vencedores também passam a ter acesso a um ano de um acelerador [de investimento] para a inovação, organizado pela Fundação H&M, em parceria com a Accenture e KTH Royal Intitute of Technology, de Estocolmo. Esta parceria é projetada para ajudar a garantir que as inovações possam agilizar o processo de ficarem por conta própria, mas também maximizar o impacto da inovação na indústria.

Nem a empresa H&M, nem a Fundação H & M, sem fins lucrativos, ficam detentoras de qualquer património ou quaisquer direitos de propriedade intelectual sobre as inovações.

Queremos influenciar a indústria da moda como um todo, e os vencedores são livres para colaborar com quem quiserem.

Que progressos foram feitos com os vencedores de edições anteriores do GCA?

Os vencedores do GCA 2015 desenvolveram as suas inovações a um ritmo fantástico durante o ano em que estiveram a trabalhar com o acelerador.

Por exemplo, os vencedores italianos do ano passado vão, muito em breve e em colaboração com uma marca italiana de luxo, apresentar a primeira coleção com roupas feitas de resíduos de produção de cítricos.

A equipa da Holanda vai avançar com a ideia de fazer têxteis de algas, havendo esperança que chegue em abril.

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Como é que estas inovações se repercutem depois nos preços dos produtos?

Como fundação, trabalhamos para apoiar as inovações ainda numa fase muito precoce.

Acreditamos que há um vasto número de ideias por aí, mas também sabemos que o acesso ao capital, ao conhecimento e ao apoio no negócio são escassos e muitas das grandes ideias nunca chegam a ver a luz do dia.

Precisamos de encontrar essas ideias e dar-lhes o apoio de que necessitam para fazerem a diferença. A forma como são definidos os preços está fora do nosso alcance, sendo nós uma fundação sem fins lucrativos, mas, claro, as inovações, competindo com o que já existe no mercado, precisam de ser melhores, mais inteligentes e mas sustentáveis.

Em 2016, os GDA receberam propostas receberam 130 propostas. Alguma de Portugal? Se sim, que tipo de propostas foram submetidas por candidatos portugueses?

Acredito que tenhamos recebido propostas de Portugal, já que a H&M está presente em quase todo o mundo, mas não posso revelar qualquer candidatura que não tenha ganho.

Imagem de destaque: H&M