As mulheres poderosas da Chanel

Karl Lagerfeld é o diretor criativo da Chanel desde 1982 e à semelhança da fundadora da marca francesa, que transformou as calças numa moda feminina, procura desenhar para mulheres livres e confiantes.

Prova disto foi no seu desfile de outono-inverno 2014/2015 que teve como cenário um supermercado, onde mulheres sofisticadas desfilaram de ténis e compras na mão. Não se tratavam de donas de casa, mas de mulheres dos dias de hoje, que têm carreiras, filhos e que também fazem as compras do mês. Na estação seguinte a mensagem tornou-se mais evidente com Gisele Bündchen a liderar uma manifestação onde se liam cartazes feministas.

Nesta terça feira de manhã, dia 25, o empoderamento das mulheres voltou a ser a chave num desfile da Chanel – depois de pausa de dois anos em que a atmosfera das passerelles passou por outras que refletiam mais preocupações sociais, como o ambientalismo no desfile de alta costura da primavera-verão 2016, ou uma reflexão sobre um mundo cada vez mais digital no desfile de primavera-verão 2017.

O Grand Palais foi forrado a espelhos desde o chão até às paredes, e por eles passaram modelos envergando fatos de saia e blazers bem estruturados, bem ao estilo dos anos 80 uma década que foi marcada pelo crescimento profissional das mulheres e o seu empoderamento. Desta década saíram também os cintos a marcar as cinturas e os bolsos grandes. No entanto, as cores e os cortes das saias levam-nos duas décadas atrás com algumas referências aos anos 60 e ao estilo particular de Jackie Kennedy.

Uma combinação de influências interessante, quando nos lembramos que Karl Lagerfeld foi um dos nomes apontados para vestir Melania Trump no dia de tomada de posse do marido, e que esta acabou por escolher um modelo Ralph Lauren muito idêntico ao usado pela viúva de J. F. Kennedy em 1961. Coincidência ou não, o que é facto é que a coleção de alta costura de Karl Lagerfeld apresentou na primeira parte do desfile vários coordenados que conjugam força, confiança, com feminilidade e delicadeza, de forma muito sublime

– a combinação perfeita para vestir qualquer Primeira Dama.

O desfile prosseguiu sem nunca perder os cintos a marcar a cintura, mas ganhando brilhos, com tecidos acetinados e aplicações. Chegaram também as várias camadas de tecidos, as saias sino, os cai-cais e as plumas. O final ficou reservado a Lily Rose Depp, filha de Vanessa Paradis e Johnny Deep, que com apenas 17 anos se vestiu de cor de rosa e muitos folhos, no lugar do tradicional vestido de noiva a encerrar o desfile.


Veja também o desfile da Chanel em Cuba.