Whitney Thore: “As mulheres são muito exigentes consigo mesmas”

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Lutar contra o preconceito, aceitar-se tal como é, sorrir e nunca se deixar abalar pelos quilos que tem a mais. Whitney Thore, a protagonista de ‘My Big Fat Fabulous Life’, encara a vida desta forma e quer inspirar outras mulheres a não dar demasiada importância aos números que surgem na balança. Com milhões de visualizações no YouTube, a bailarina de 33 anos continua dedicada ao movimento No Body Shame, que abraçou depois de um problema de saúde a ter feito engordar.

Thore, 160 quilos distribuídos por 1,57 metros de altura, sofre da síndrome do ovário micropoliquístico, desordem endocrinológica comum, que afeta 6% da população feminina em idade reprodutiva e que lhe deu mais 45 quilos em apenas um ano, quando entrou para a faculdade. “Passei mais de uma década com vergonha e com depressão. Agora estou mais feliz e aprendia a me amar. Quero que outras mulheres também se sintam assim”.

A quarta temporada de ‘My Big Fat Fabulous Life’ estreia-se amanhã, às 20h00, no canal TLC em Portugal e nós falámos com Thore sobre a relação que mantém com o seu corpo e sobre o estigma por que passam as mulheres com excesso de peso.

O que nos pode contar sobre a nova temporada de ‘My Big Fat Fabulous Life’?

Posso dizer que é um pouco mais dramática do que a anterior. Acho que as pessoas vão ficar surpreendidas.

Existem comentários ao reality show a acusar a Whitney de promover um estilo de vida que não é saudável. O que tem a dizer sobre isso?

Acho que é de loucos dizerem que eu glorifico algo que não seja saudável. Acho que as pessoas que dizem isso não gostam de pessoas gordas. A única coisa que eu glorifico é viver da forma que quero e com o corpo que tenho neste momento. Eu não aconselho as pessoas a serem gordas, não lhes digo o que devem ou não comer, nem como devem parecer. Acho que o programa tem mais a ver com o que é ser uma mulher normal, com os seus amigos e a sua família, e muito menos com o ser gorda, como muitas pessoas gostam de pensar.

Sente que a pressão da sociedade é maior quando se fala do corpo de uma mulher do que quando se trata de um homem?

Sim, acho que isso acontece em todo o mundo, independentemente da sociedade e da cultura em que estamos inseridas. As mulheres são alvo de uma pressão diferente da dos homens. Na verdade, sinto um pouco de inveja disto (risos). Gostava de saber o que é ser homem. Acho que, no caso deles, há tendência a valorizar quão inteligentes são ou quão poderoso são, e nas mulheres o que acontece em todo o mundo é que o que é mais valorizado é a aparência. Gostava de ver isso alterado.

Ao expor-se em TV, contribui de alguma forma para essa mudança de mentalidade?

É uma coisa estranha de se dizer, mas há pessoas de todo o mundo que me dizem, quase todos os dias, que eu lhes mudei a vida. Isso é incrível de ouvir e significa tudo para mim.

É o grande objetivo do seu reality show?

Para mim, é! Ter uma plataforma que permite às pessoas relacionarem-se comigo e verem que eu sou uma pessoa igual a elas, com os mesmos sentimentos, os mesmos problemas e as mesmas vitórias, é o grande objetivo.

Sempre aceitou o seu corpo tal como ele é?

Não, odiava-o! Quando era magra, tive um distúrbio alimentar, o que também é comum nas mulheres de todo o mundo. As mulheres são muito exigentes consigo mesmas, mesmo quando estamos perto de um corpo tido como perfeito. Eu não gostava do meu corpo até há uns anos, quando comecei a engordar. Pensa-se que isso é impossível, que para gostarmos de nós temos de parecer de uma certa maneira. O que interessa é estarmos confortáveis.