Princesa Diana: 20 anos após a morte as polémicas estão ainda mais acesas

E no mês em que se celebram 20 anos da sua morte, o nome da princesa Diana está nas bocas do mundo. Tudo por causa do documentário Diana: Nas Suas Próprias Palavras, de 110 minutos, que deverá ser emitido no Channel 4, no domingo, 6 de agosto, pelas 20:00 horas, no Reino Unido.

Por cá, em Portugal, também vão ser exibidas revelações inéditas feitas pela própria Diana Spencer. Este domingo, os canais do cabo National Geographic e Fox Life emitem, em simultâneo, o primeiro episódio de Princesa Diana: Na Primeira Pessoa. A série, baseada nas entrevistas que a princesa concedeu ao jornalista Andrew Morton, é exibida a partir das 22:30 horas.

Mas enquanto esse momento não chega, fique já a conhecer, na galeria acima, algumas das polémicas que estes trabalhos vêm agora revelar sobre a vida íntima da princesa.

As confissões de Diana, na primeira pessoa, foram gravadas no Palácio de Kensington, em Londres, pelo professor de voz Peter Settelen, entre 1992 e 1993, altura em que a mulher do príncipe Carlos assumia a crise na relação e estava a separar-se. Ao todos são 16 cassetes de vídeo realizadas durante as aulas em que Lady Di expõe pormenores da sua vida intima e privada.

“Nós estivemos juntos 13 vezes antes de nos conhecermos (…) Eu fui educada no sentido que quando ficamos noivos de alguém é porque amamos essa pessoa”, confessou Diana num desses momentos em que aprendia como falar em público.

Diana e Carlos casaram-se a 29 de junho de 1981 em St. Pauls Cathedral, em Londres [Fotografia: REUTERS/Stringer]
“Casamento condenado”

O tema principal nos seus desabafos era a sua tumultuosa relação com o príncipe Carlos. Havia problemas no casamento e Diana criticou a própria rainha Isabel II, a sua sogra, por saber da relação extraconjugal do marido com Camila Parker Bowles. Também por isto a família real inglesa tem medo que o documentário venha manchar o nome da matriarca da família.

A vida íntima de Carlos e Diana exposta

Os amigos de Diana e o irmão Charles Spencer pediram diretamente ao Channel 4 para que não exibisse o documentário. Porém, em resposta, a estação de televisão inglesa admite que este conjunto de vídeos “oferece uma visão única da princesa” e é um “documento histórico incrível”. A mãe de William e Harry terá revelado a Peter Settelen como era a vida sexual do casal, que subiu ao altar em 1981, e contou que o marido só queria sexo de três em três semanas.

Polémicas são também outras declarações da Princesa do Povo quando, alegadamente, disse que esteve sete anos sem ter relações sexuais com Carlos após o nascimento de Harry, em 1984. Ora, na tentativa de travar a exibição do filme, Rosa Monckton amiga da princesa, escreveu uma carta ao canal. Sem sucesso! “Isso não pertence ao domínio público. É uma traição da sua privacidade e da privacidade da sua família”, acusou ao The Guardian.


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Vídeos andaram de mão em mão

As gravações estavam na propriedade da Scotland Yard, a policia de Londres, após terem sido apreendidas numa operação na casa de Paul Burrelldo, antigo mordomo real, em 2001. O irmão de Diana ainda tentou reaver os filmes, mas estes acabaram de volta a Settelen, em 2004.

Alguns excertos dos vídeos chegaram a ser divulgados nos Estados Unidos, em 2004, depois de terem sido vendidos à NBC. Também a BBC planeava realizar um documentário em 2007, por ocasião do 10º aniversário da morte de Diana, mas desistiu da ideia.

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Harry, filho mais novo de Diana de Gales, tinha 12 anos quando a mãe faleceu [Fotografia: Reuters]
O caso com o guarda-costas

Nas conversas que manteve com Settelen, Diana terá falado sobre a paixão pelo seu guarda-costas, Barry Mannakee. “Quando eu tinha 24/25 anos, apaixonei-me perdidamente por alguém que trabalhava neste ambiente. Estava disposta a abandonar tudo isto… a fugir para ir viver com ele”, relata a princesa.

Estas gravações foram transmitidas pela NBC, em 2004, e naquele momento Diana admitiu ter mantido um romance com Mannakee: “Eu parecia uma menininha ao lado dele, desesperada por ouvir algum elogio… Andava sempre a ver se o via. Tinha os meus sentimentos à flor da pele e só estava feliz quando ele estava por perto.” Questionada por Setellen se o seu guarda-costas lhe proporcionou “a intimidade que Carlos lhe negava”, Diana responde prontamente: “Sim”.

No vídeo, a princesa lança a suspeita de assassinato, uma vez que Mannakee morreu num acidente de mota, oito meses depois de ter sido despedido. Foi Carlos que informou Diana da morte do amante, durante uma viagem de limusine em Cannes.

“Foi o maior golpe da minha vida… Carlos disse-me aquilo sem mais nem menos e eu tive de aguentar o resto da visita a Cannes, com milhares de jornalistas”, conta.

Vários líderes mundiais eram fãs da ternura e simplicidade de Diana de Gales [Fotografia: Reuters]
Biógrafa real considera ‘obsceno e imoral’

Dickie Arbiter não ficou calado perante a polémica. No programa Victoria Derbyshire, da BBC, o antigo funcionário da família real lembrou que o Channel 4 iria ganhar muito dinheiro por exibir o documentário de Diana de Gales. “Esses vídeos foram gravados em privado e faziam parte do treino. Qualquer coisa feita à porta fechada mantém-se privada.”

“Acho que é obsceno mostrarem isso. É imoral, francamente”, disse a biógrafa real Penny Junor. “Quando Diana gravou isso, o casamento estava quase terminado e ela não estava bem”, garantiu também, lembrando que a princesa confiava cegamente no professor de voz e não queria que aquelas gravações fossem ouvidas por ninguém.

Diana Spencer morreu a 31 de agosto, de 1997, no Túnel Pont de l’Alma, em Paris. A seu lado estava o Dodi al-Fayed, amigo próximo e apontado como namorado da Princesa do Povo, o motorista Henri Paul e o guarda-costas Trevor Rees-Jones, o único que sobreviveu ao trágico acidente.

Fotografia de destaque: Reuters