As razões da saída de Sara Guerreiro da secretaria de Estado da Igualdade e Migrações

sara Abrantes guerreiro
[Fotografia: Leonardo Negrão/Global Imagens]

O Presidente da República afirmou que a secretária de Estado da Igualdade e das Migrações vai deixar funções “por razão pessoal de força maior” e que “não há nenhuma razão política” para a substituição.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, afastou qualquer ligação entre a saída do Governo de Sara Abrantes Guerreiro e a recente polémica sobre o envolvimento de russos na receção a refugiados ucranianos, em Setúbal: “Não, não. Infelizmente, foi uma questão pessoal de força maior”.

Fonte do executivo já tinha adiantado à agência Lusa que esta substituição “ocorre a pedido da própria” Sara Abrantes Guerreiro “e por motivo de doença”.

O Presidente da República reforçou que esta saída do Governo não tem “nada, nada” a ver com a polémica sobre o acolhimento de refugiados ucranianos, “é por uma razão pessoal, não há nenhuma razão política”.

“Foi uma substituição imediata porque, como o senhor primeiro-ministro [António Costa], aliás, me fez saber, e eu percebi, é um pelouro hoje muito importante, ainda mais importante do que nunca, por causa dos refugiados vindos da Ucrânia. Portanto, houve que proceder imediatamente à assinatura da exoneração e à assinatura da nomeação”, justificou Marcelo.

Costa pede “respeito” por quem adoece

Já o primeiro-ministro afirmou-se envergonhado com a especulação que disse ter sido feita por uma televisão sobre as razões da substituição da secretária de Estado da Igualdade e Migrações e pediu respeito por quem adoece.

António Costa falava aos jornalistas no Palácio de Belém, pouco depois de terminada a cerimónia de posse de Isabel Rodrigues no cargo de secretária de Estado da Igualdade e das Migrações, em substituição de Sara Guerreiro, que pediu a demissão do executivo por motivo de saúde. “Senti-me envergonhado com o que ouvi, em especial numa certa televisão, horas infindáveis a especular”, declarou o líder do executivo.

Segundo António Costa, “o mínimo que se pede em momentos difíceis na vida das pessoas, dolorosos na vida das pessoas, é que haja respeito, porque um dia acontece a um membro do Governo, outro dia pode acontecer a qualquer um”. “O que se exige é respeito”, reforçou o primeiro-ministro.

Nas suas primeiras palavras perante os jornalistas, António Costa deixou uma advertência: “Não é por serem membros do Governo que as pessoas deixam de ser seres humanos”. “Como todos os seres humanos correm o risco de terem problemas na sua vida pessoal e terem problemas de saúde”, acrescentou.

CB com Lusa