Sexting. Material escrito, fotográfico ou em vídeo com conteúdo sexual e trocado entre parceiros. Mas, afinal, o que leva mulheres e homens a trocarem este tipo de mensagens, nomeadamente imagens dos seus corpos nus ou semi-nus, entre si?
Foi esta a principal pergunta que a socióloga norte-americana da Universidade do Arizona Morgan Johnstonbaugh colocou a mais de mil alunos, com uma média de idades a rondar os 20 anos, de sete institutos universitários.
De acordo com os resultados (que podem ser lidos no original aqui), quer a pressão externa para partilhar, quer a necessidade de incremento de autoestima e empoderamento surgem com igual relevância em ambos sexos e nos primeiros lugares de 23 respostas possíveis. 73% das mulheres a par de 37% dos homens reconheceu a primeira e 40% de cada género admitiu fazê-lo para cumprir um pedido do destinatário da imagem ou da mensagem. É neste ponto que reside, para a investigadora universitária, alguma surpresa.
“Com base na literatura existente sobre relacionamentos íntimos e sexo, esperava que as mulheres sentissem mais pressões para compartilhar imagens de si mesmas do que os homens, em média”, afirmou, mas “parece que eles também estão a sentir pressões externas para fazer esse tipo de partilhas“, acrescentou em declarações ao site norte-americano HuffPost.
Segundo o mesmo estudo, as mulheres reconhecem, quatro vezes mais do que os homens, que enviaram um nu como forma de se sentirem mais capacitadas e, num racio do dobro face ao sexo masculino, que o fizeram para aumentarem a sua autoconfiança. Elas, referiu a investigadora na síntese do estudo em press release, “podem achar que o sexo é realmente empoderador, porque é possível criar um espaço onde ela se sinta segura, expressando a sexualidade e explorando o corpo”.
Respostas difusas ou o elo mais frágil?
Nem tudo fica claro no que diz respeito às motivações femininas. A autora alerta que não é estranho ver nas respostas das mulheres razões que passam pelo empoderamento, mas também pela falta dele e perante situações idênticas.
Uma aparente contradição que Morgan Johnstonbaugh justifica como “o ganho potencial que as mulheres podem sentir a par do risco de maior perda do que os homens”. Afinal, elas continuam a ser os elementos mais vulneráveis em matéria de violação de correio eletrónico e não são poucas as celebridades que já passaram por isso e foram notícia. Entre elas, Miley Cyrus, Anne Hathaway e, entre outras, Kristen Stewart.