Assembleia Geral da ONU volta a ser presidida por uma mulher

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Com a decisão a pender entre duas latino-americanas, esta será a quarta vez que a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) terá como presidente uma mulher.

A chanceler do Equador, María Fernanda Espinosa, e a ministra das Relações Exteriores das Honduras, Mary Flores, são as duas candidatas ao cargo e uma delas ocupará o lugar de Miroslav Lajcak, a partir de setembro.

A votação para a eleição decorre esta terça-feira, 5 de junho. Num novo formato, o processo de seleção teve por base um diálogo informal onde os candidatos apresentaram o plano de trabalhos que pretendem desenvolver na ONU.

A candidatura de María Espinosa foca-se na realidade dos países da América Andina, procurando agir em prol dos direitos humanos, da justiça, do desenvolvimento sustentável, da migração e sobretudo de cidadãos refugiados ou com deficiências. “A integração, a cooperação e a união dos povos são fundamentais para a coexistência pacífica e o desenvolvimento das nações”, afirma a diplomata, segundo o jornal espanhol El País. Espinosa refere ainda a importância de existir um diálogo global, a fim de dar resposta às aspirações e necessidades das pessoas.

Candidatas à presidência da Assembleia Geral da ONU, da esquerda para a direita: Mary Flores e María Fernanda Espinosa. [Foto: Twitter]
Seguindo o mesmo pensamento, Mary Flores defende que o papel da Assembleia Geral da ONU deve ser fortalecido através de um fórum global que enfrente os desafios comuns: “Trata-se de alcançar um equilíbrio entre as necessidades das gerações presentes e futuras”, disse a ministra, de acordo com o jornal espanhol. No plano de Flores dá ainda prioridade aos cuidados com as crianças e à construção de uma cultura de paz: “Chegou a hora de agir para consolidar a paz e a prosperidade transgeracionais. Temos de construir pontes capazes de conectar a agenda da ONU com o benefício das crianças”, afirmou.

A presença feminina na Assembleia Geral da ONU

Eleita em 1953, a indiana Vijaya Lakshmi Pandit foi a primeira mulher a ocupar o lugar de presidente da Assembleia Geral da ONU. Seguiu-se a liberiana Angie Brooks, em 1969, e Sheikha Haya Rashed Al-Khalifa do Barém, em 2006.

Criada em 1945 e com eleições anuais, a ONU conta já com sete décadas de existência. Contas feitas, ao longo de todo este período, apenas quatro mulheres ocuparam a presidência da Assembleia Geral.

Para Miroslav Lajcak, o atual presidente, ainda há muito a fazer até se alcançar a paridade total em todas as áreas de trabalho da Organização e acredita que esta passagem do testemunho para o sexo feminino pode trazer vantagens a nível global: “Torná-la [a paridade] mais equilibrada e inclusiva terá um impacto positivo no mundo inteiro”, cita o jornal espanhol El País.

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