A moda em segunda mão cuja venda reverte para financiamento de programas solidários passará a estar disponível a “pessoas que não têm disponibilidade de vir a Lisboa ou ao Porto”, referiu a Humana ao Delas.pt. A associação sem fins lucrativos, criada em 1998, que se dedica à recolha e venda de “têxtil descartado”, possui 10 lojas em Lisboa e 5 no Porto e no futuro irá ter um espaço online. A data, porém, não foi revelada até ao momento,
Os atuais 857 contentores distribuídos por todo o país – presentes em Lisboa, mas também em Beja e no Porto – , recolhem a roupa doada pelas pessoas, que depois é tratada, colocada nas lojas e vendida a baixos preços, com o dinheiro a ser encaminhado para planos de apoio além-fronteiras. A Humana revelou ao Delas.pt que no ano passado, estes artigos tiveram destino em 53% ao reaproveitamento, 14% foram vendidos nas lojas de segunda mão na Humana e 39% foram exportados para “África, para ser vendido a preços baixos e assim gerar recursos para a cooperação ao desenvolvimento”. Outros 36,5% “estavam num estado que não permitia o reaproveitamento, por isso foram vendidos a empresas de reciclagem de tecidos para a fabricação de outros produtos como mantas, isolantes ou panos para a indústria automotiva”.
“Damos uma oportunidade às pessoas de adquirirem peças de qualidade em segunda mão a um preço acessível e justo. Temos campanhas em que os clientes podem adquirir cada peça por até 0,50€. Não fazemos controlo dos artigos após a venda nas nossas lojas”. Ainda assim, a entidade esclarece que “as pessoas têm acesso ao que é feito com a roupa (e que é o nosso objetivo principal): cooperação ao desenvolvimento, moda sustentável e acessível.”
“Na Humana concentramos os nossos esforços em reintroduzir o têxtil descartado através da venda em segunda mão ou da reciclagem”, refere a associação. “Minimizamos o impacto ambiental e contribuímos para uma sociedade mais responsável e sustentável. A reutilização e a reciclagem de têxtil contribuem para a poupança de recursos, a proteção do meio ambiente e a luta contra a mudança climática, reduzem o desperdício em depósitos controlados e usinas de incineração, e consequentemente, a emissão de gases com efeito de estufa”.
