Associção de calçado propõe 320 participações de empresas portuguesas fora de portas

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[Fotografia: Pexels/Katelyn Whitson]

O setor português do calçado apresentou ao Governo uma proposta no âmbito dos novos apoios à internacionalização que prevê a participação de 320 empresas portuguesas em 48 feiras e exposições no próximo ano, avançou esta terça-feira, 8 de novembro, a APICCAPS.

“Ainda que as candidaturas pudessem ser apresentadas até final do ano, a APICCAPS [Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos] antecipou-se e já apresentou uma proposta ao Governo que prevê a participação em 48 feiras e exposições, das quais 18 em dupla edição ao longo do ano de 2023, prevendo-se apoiar 320 participações de empresas portuguesas“, refere a associação numa ‘newsletter’ divulgada hoje.

Segundo salienta, “60% dos eventos em que se propõe a participação decorrem em mercados de oportunidade, refletindo a prioridade que se pretende dar aos esforços de diversificação geográfica das exportações nacionais”.

Adicionalmente, a associação diz estar prevista a “prospeção e presença em mercados internacionais, através da realização de missões empresariais direcionadas para cinco mercados de oportunidade“, bem como iniciativas de promoção e ‘marketing’ internacional, agregando neste caso “um conjunto de iniciativas mais diversificado, compreendendo nomeadamente o apoio às empresas para a implementação de soluções de ‘marketing’ digital”.

De acordo com a APICCAPS, a candidatura apresentada “contribui para alargar e renovar a base exportadora do setor”, já que, “entre as 88 empresas pré-aderentes, há 27 (31%) que não participaram no projeto anterior e 16 empresas (18%) que não apresentam ainda atividade internacional relevante”.

Para a associação, esta renovação é “um aspeto da maior importância, uma vez que “o mercado internacional do calçado é extremamente concorrencial e sedento de novidades”.

“A manutenção do bom desempenho que o calçado português tem conseguido em termos internacionais não é possível sem um permanente rejuvenescimento dos seus protagonistas”, sustenta.

No atual “enquadramento económico mais exigente, antevendo-se um abrandamento económico generalizado para o próximo ano”, a associação defende que “os setores de calçado e artigos de pele deverão preparar-se e reforçar a sua presença nos mercados internacionais”, pelo que optou por apresentar desde já, em nome do setor, uma candidatura aos sistemas de incentivo.

“Só investindo de forma regular e consistente, nomeadamente através da presença em feiras internacionais, será possível manter os clientes atuais e encontrar os novos que todos os dias surgem no mercado”, enfatiza, lembrando que alguns dos principais concorrentes do calçado português “já estão a fazer este caminho de forma muito forte e têm estado presentes de forma significativa e expressiva nos mais recentes certames internacionais”.

Os 30 milhões de euros para reforço da internacionalização inserem-se no pacote de 1.400 milhões de euros de ajuda às empresas anunciado pelo Governo em 15 de setembro, privilegiando o novo concurso as ações de natureza coletiva.