Assunção Cristas de saída do CDS: “Tomei a decisão de não me recandidatar”

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Líder do CDS-PP Assunção Cristas [Fotografia: Artur Machado]

Uma hora depois do encerramento das urnas, a líder centrista Assunção Cristas assumiu a derrota do CDS-PP nestas legislativas e quando o partido somava pouco mais de 5% do total de votos apurados.

“Irei convocar o Conselho Nacional do CDS com vista à realização de um congresso antecipado (…) e tomei a opção de não me recandidatar”, explicou Cristas na reação aos resultados às eleições, quando ainda estavam por apurar cerca de 30% dos votos em território nacional.

Assunção Cristas e Catarina Martins querem igualdade mas seguem caminhos opostos

“Dei o meu melhor durante quatro anos”, afirmando ainda, não respondendo aos jornalistas se assumirá o cargo de deputada na legislatura que agora terá início. Recorde-se que Assunção Cristas foi a primeira mulher presidente deste partido de centro-direita.

Assunção Cristas primeira mulher presidente do CDS-PP?

 

Ainda durante a primeira reação, a presidente do CDS-PP referiu que “durante quatro anos, o CDS foi oposição forte e construtiva”. “Muitas vezes sentimos que fomos uma voz isolada no parlamento”, lamentou.

“Tenho a certeza que o CDS, partido estruturante da nossa democracia, encontrará forma de construir o seu futuro e contribuir para a construção de uma alternativa de centro e direita em Portugal”, afirmou.

Cerca de meia hora após estas declarações, já pelas 21.30 horas, a líder demissionária estava de saída da sede do partido, em Lisboa, acompanhada pelo marido, entrou no carro da família e partiu com um pedido. “Boa noite e bom descanso. E agora deixem-me descansar a mim também.”

PS conta vitória pela voz de Ana Catarina Mendes

A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, considerou, logo pelas 20.00 horas, que as projeções dos resultados eleitorais apontam para uma “vitória claríssima” dos socialistas e para uma derrota “histórica do conjunto PSD e CDS-PP”.

Ana Catarina Mendes falava aos jornalistas momentos depois de as projeções dos resultados eleitorais divulgadas por RTP, SIC e TVI terem dado a vitória ao PS nas eleições legislativas, entre 34% e 40% dos votos, seguindo-se o PSD, com entre 24,2% e 31%.
Segundo as projeções de resultados, citados pela agência Lusa e que as televisões divulgaram pelas 20:00, após o encerramento das urnas nos Açores, quatro partidos poderão pela primeira vez ter representação parlamentar: Iniciativa Liberal, Chega, Livre e Aliança.

“Há uma clara vontade dos eleitores de continuarmos com um Governo de estabilidade liderado pelo PS. E o PS empenhar-se-á sentido de que os próximos quatro anos sejam de estabilidade política, social e de progresso em Portugal”, considerou.

Em contraponto, a secretária-geral adjunta do PS afirmou que, a confirmarem-se as projeções, regista-se “uma derrota histórica no conjunto do PSD e do CDS”. Nesta sua declaração, a “número dois” da direção do PS agradeceu a todos os eleitores que votaram e elogiou a “mobilização” do seu partido ao longo da campanha eleitoral. Perante os jornalistas, Ana Catarina Mendes procurou salientar outro ponto: “Os portugueses votaram pela estabilidade governativa”.

“Estes resultados confirmam a ideia de se dar mais força ao PS para que haja um Governo estável ao longo da legislatura. É preciso continuarmos o caminho iniciado há quatro anos. Para já, as indicações das projeções apontam para uma grande vitória do PS”, disse.
Interrogada sobre os dados da abstenção, que poderá ter subido face a 2015, a secretária-geral adjunta do PS alegou ainda não dispor de dados suficientes e defendeu que o seu partido “apelou sistematicamente a uma maior participação dos portugueses”.

Imagem de destaque: DR

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