Atrizes brasileiras apoiam protestos contra proibição do aborto

Alinne Moraes e Camila Pitanga são duas das atrizes brasileiras que vieram a público apoiar as manifestações contra a lei PEC 181 que visa proibir e criminalizar totalmente o aborto no país.

“O direito ao aborto legal em casos de gravidez por estupro ou risco de morte para a mãe são direitos permitidos desde 1940 pelo Código Penal Brasileiro. Querem que a mulher que engravide de um estuprador não tenha direito ao aborto. E pior: seja presa por interromper a gravidez ou morra em um aborto clandestino‼️ 18 homens votaram contra a criminalização do aborto até em casos de estupro e risco de vida pra mulher! Nós não iremos aceitar!”, escreveu a atriz no seu Instagram antes de apelar à participação na manifestação do Rio de Janeiro.

O mesmo apelo foi feito por Camila Pitanga a partir de Londres. A atriz partilhou na sua página de Facebook um vídeo acompanhado da mensagem “Não à PEC 181. Aborto em caso de risco à vida da mulher ou estupro não pode voltar a ser crime.”

Na segunda-feira, 13 de novembro, milhares de mulheres manifestaram-se em várias cidades do Brasil contra o projeto de lei, aprovado pelo comité da Câmara dos Deputados (câmara baixa parlamentar), na semana passada, e que visa a proibição total do aborto, incluindo em situações de violação ou risco de vida para a mulher.

Atualmente, o Brasil permite o aborto legal se a vida da mulher estiver em risco, se a gravidez resultar de uma violação ou se o feto tiver anencefalia, uma malformação que consiste na ausência do cérebro ou de parte dele
18 contra uma
Além da proibição do aborto em qualquer circunstância, outro facto que tem sido alvo de crítica e que está a causar indignação na sociedade brasileira é a proposta de lei ter sido aprovada exclusivamente por homens.

Foi aprovada por 18 votos a favor contra um, o voto da única mulher presente, a deputada Erika Kokay (PT-DF).

Em alusão a esse desequilíbrio de género numa decisão que afeta, acima de tudo, a mulher, a expressão “todas contra 18” foi uma das palavras de ordem das manifestantes.

A proposta de lei será novamente analisa na especialidade, pelos deputados da comissão passarão a analisar, no próximo dia 21 de novembro. Segundo o site da Globo, há sete destaques que podem vir a alterar o conteúdo da proposta.

Entretanto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), adiantou na sua página do Facebook que a proibição de aborto em casos de estupro”não vai passar”.

 

Imagens: REUTERS/Ricardo Moraes