Atrizes e influencers cancelam com a Prozis após polémica sobre o aborto

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[Fotografia: Cottonbro/ Pexels]

As atrizes Marta Melro e Diana Monteiro, as influencers Patrícia Claro e a apresentadora da RTP Rita Belinha entre os rostos que representavam a marca de suplementos alimentares Prozis e que rescindiram recentemente com a marca na sequência das declarações polémicas de Miguel Milhão o fundador e CEO da marca de produtos de nutrição desportiva, Miguel Milhão, após a reversão do direito ao aborto nos Estados Unidos da América.

Entre elas, a atriz Marta Melro deixou claro que, sem demoras, deixaria de ser embaixadora da marca. Semelhante decisão teve a atriz Diana Monteiro, que pôs termo a seis anos de parceria.

[Fotografia: Instagram/Marta Melro]
[Fotografia: Instagram /Diana Monteiro]
A estes nomes, juntam-se a apresentadora Rita Belinha, a influencer Patrícia Claro. Esta vincou, na sua conta de Instagram, que “o boicote à marca seria o ideal para o Miguel perceber que as pessoas têm direito a escolher o que querem na vida delas, incluindo se querem ou não consumir uma marca com os princípios éticos da Prozis”, escreveu.

Esta manhã de terça, 28 de junho, a comentadora e psicóloga Joana Amaral Dias mantinha a sua parceria com a marca, lembrando produtos da marca agregando-os a descontos associados a um código com o seu nome.

 

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Recorde-se que Miguel Milhão afirmou, nas redes sociais, que “parece que os bebés que ainda não nasceram têm os seus direitos de volta nos Estados Unidos! A natureza está a curar-se!”

Em resposta aos media nacionais e reiterando a sua posição, afirmou: “ Vejo comentários positivos e negativos. Pena a maior parte dos comentários negativos terem como o objetivo silenciar a minha opinião. Não me parece nem justo nem democrático.” “Gosto de ver os direitos das crianças que ainda não nasceram a ser tido em conta”, acrescentou, considerando que, caso a discussão chegasse a Portugal, seria “o país a decidir”.

Na sexta-feira, 24 de junho, o Supremo Tribunal acaba de retroceder na lei federal que permitia o direito constitucional ao aborto, deitando por terra uma conquista definida há quase meio século e que ficou conhecido como Roe v. Wade.

O que tinha sido um rascunho de uma primeira deliberação polémica e que foi revelada pela imprensa acaba agora, apesar dos protestos nas últimas semanas, a ganhar força de lei, com seis votos contra três, e num documento com mais de 200 páginas (que pode ser lido no original aqui).

Esta reversão coloca a possibilidade de que cada estado norte-americano possa individualmente proibir o aborto, removendo-lhe a força constitucional que mantinha desde 1973. Até ao momento, há 26 estados, cerca de metade dos EUA, que podem anular o direito ao aborto das mulheres.

No sábado, para lá dos protestos, também grandes empresas anunciaram medidas de apoio financeiro a mulheres que queiram abortar e que, para tal, precisem de viajar para estados norte-americanos que o permitam.