Um grupo de mulheres na Austrália avançou com uma ação em tribunal contra a farmacêutica Bayer pelos efeitos adversos causados pelo uso do método contracetivo Essure. Em comunicado, citado pela agência Efe, o escritório de advogados Slater e Gordon, que representa as queixosas sublinhou que o Essure, vendido como um implante “rápido, eficaz, minimamente invasivo”, foi “incrivelmente prejudicial para as mulheres”.
Os advogados apontam para centenas de mulheres em todo o país que sofreram complicações devido ao implante, sem especificar um número.
Algumas das vítimas australianas tiveram que remover o útero após o uso do dispositivo, como resultado da sua oxidação e aumento dos níveis de níquel, o que causou problemas em outros órgãos, diz a mesma nota.
As mulheres que utilizaram este implante também sofreram complicações na regularidade de seus períodos, dores abdominais, pélvicas e musculares, além da redução da libido.
Uma australiana, Tanya Davidson, citada no documento, garante que viveu “oito anos de inferno” depois de o implante ter sido colocado.
Davidson sofria de perda de cabelo, sangramento menstrual intenso, fadiga crónica, problemas gástricos, dor aguda nos ovários e perda de funções cognitivas.
“A perda de funções cognitivas foi o que mais me aterrorizou (…). Acordo todos os dias a sentir uma nuvem no cérebro, tenho dificuldade em me lembrar de coisas simples como os nomes de objetos quotidianos”, explicou Tanya Davidson.
“Eu pensei que sofria de Alzheimer”, acrescentou a mulher, que começou a usar o implante em 2010.
A ação apresentada pelas australianas segue o exemplo de outras queixosas em países como Espanha, Estados Unidos ou Canadá.