AVC: “É especialmente difícil fazer a lida doméstica”

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A chegada de um acidente vascular cerebral (AVC) à vida de Luísa (nome fictício) teve tanto de silencioso como de incapacitante. Hoje, ao Delas.pt, esta mulher alemã de 76 anos que vive em Portugal, conta que se não fosse o marido a ajudar – até nas deslocações -, tudo seria muito complicado.

É especialmente difícil para uma mulher nestas circunstâncias fazer a lida doméstica, dadas as limitações de movimentos mesmo em casa”, desabafa esta septuagenária que vive atualmente com “sequelas na perna esquerda e com dificuldade em andar”.

Daí que considere que uma das maiores faltas dos sistema ocorra precisamente no pós-episódio agudo da doença. “Faz falta um serviço auxiliar que vá a casa de quem sofreu um acidente destes. A sociedade civil, mulheres e homens, deviam ser mais informados sobre os sintomas e perigos de um AVC”, alerta.

Um testemunho de uma mulher que teve de reaprender a viver com novas limitações e que chega ao Delas.pt a propósito do dia Mundial do Combate à doença, que se assinala esta segunda-feira, 29 de outubro.

“A recuperação é lenta”

Confrontada com a doença, Luísa conta que nunca lhe passou pela cabeça vir a ter tal problema. “Costumava ter a tensão baixa, não fumava, não bebia e seguia uma alimentação mediterrânica”. Mas tudo mudou numa manhã de domingo: “Acordei com uma sensação estranha no pé e na perna esquerda e com um andar inseguro. Como seis meses antes sofrera um desmaio e consequente queda atribuída a uma síncope, fiquei alertada.”

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Não estando em casa, em Lisboa, rapidamente voltou para a ir ao hospital, onde se apresentou “seis horas após os primeiros sintomas”. Foram precisos mais quatro dias para que as pesadas respostas definitivas chegassem, após “uma consulta de neurologia” e uma “ressonância magnética”. “Só depois do diagnóstico comecei com fisioterapia e fiz exercícios em casa. A recuperação é lenta mas, com grande esforço meu e com o apoio fundamental da fisioterapia, faço progressos”, conta.

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