O Barreiro e Vila Franca de Xira acolhem, este sábado, 15 de dezembro, diferentes protestos contra a libertação de dois homens que agrediram mulheres.
A primeira manifestação, intitulada ‘Marcha Contra A Violência Sobre As Mulheres No Barreiro’, está marcada para as 15h, junto ao Tribunal de Família e Menores e contesta a saída do agressor conhecido como “monstro do Barreiro”, do seu internamento no hospital da cidade.
O homem de 31 anos foi acusado de ter molestado, atacado e agredido dezenas de mulheres na ultima década, nos concelhos da Moita e Barreiro. Segundo o Correio da Manhã foram registadas contra si, pelo menos, 60 queixas nas polícias. O homem foi entretanto libertado, por ordem do Tribunal do Barreiro, que o proibiu de entrar naqueles dois concelhos e o obrigou a apresentar-se diariamente na GNR de Fronteira, (no distrito de Portalegre, onde residirá com a mãe.
Mas mesmo com a distância estipulada pelo tribunal, o grupo Acção Contra Violência de Género-Barreiro considera que a decisão de libertar o agressor põe em causa a segurança das vítimas e de outras mulheres. Por isso, marcou um protesto para este sábado, apelando aos manifestantes que usem uma camisola branca, como símbolo de paz.
“As vítimas de violência não são protegidas, têm de fugir de casa com os filhos e os agressores, muitas vezes em liberdade! No Barreiro não nos calamos nem paramos na denúncia destes crimes e da lentidão e também das decisões dos Tribunais. E todos sabem que o chamado “monstro do Barreiro” continua em liberdade, agora em outro lugar”, escreve o grupo na sua página do Facebook, recordando que “foram mais de 10 anos de agressões, espancamento, e de silêncio”.
Já em Vila Franca de Xira, a contestação prende-se com o caso recente de um homem que agrediu e pontapeou a sua companheira grávida, de nove meses.
A agressão ocorreu em Alverca do Ribatejo, freguesia daquele concelho, no início de dezembro, e o homem acabou por ser detido graças à intervenção de um agente do corpo de intervenção da Unidade Especial de Polícia (UEP), que estava de folga, e que, naquele momento, circulava na estrada onde ocorriam as agressões.
O homem foi detido por agredir “com pontapés e vários socos na barriga” a companheira, segundo referiu, na altura, à Lusa, fonte policial. Ouvido, posteriormente, pelo juiz do Tribunal Judicial de Vila Franca de Xira, saiu com pulseira eletrónica e proibição de contactar a vítima, uma decisão que gerou indignação nas redes sociais e acabou por levar à marcação de um protesto contra a “violência” e “tolerância com os agressores”.
“Basta de tratar a violência como um assunto menor, basta de desculpabilização. Tolerância zero com a violência sobre mulheres e homens. Por uma justiça justa e não formalista”, refere a mensagem do protesto convocado pelo Facebook, para as 11h, deste sábado, na Praceta da Justiça, em Vila Franca de Xira.
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