Baton, eyeliner e máscara de pestanas da NASA e para o espaço

nasa maquilhagem
[Fotografia: Twitter/NASA History Office]

Cumprem-se esta terça-feira, 16 de julho, 50 anos que a Apolo 11 foi lançada para o espaço rumo à lua. Quatro dias depois, a a alunagem tinha êxito e, a 21, Armstrong e Aldrin caminhavam sobre a superfície do satélite natural da terra.

A missão à lua tornava-se então possível para os homens, mas ainda um sonho para as mulheres. Uma realidade ainda distante, pois só em 1972 é que foi aprovado um diploma legal dos Estados Unidos da América que obrigava à Igualdade salarial e oportunidades. Uma medida que iria obrigar a NASA a integrar elementos do sexo feminino nas suas fileiras e na conquista do espaço.

Porém, enquanto a medida não tomava forma, houve tempo para operações, diga-se literalmente, de cosmética. A bolsa de higiene dos homens – com pasta dentífrica, escova, loção, desodorizante e, entre outros, cremes –evoluía para uma outra de maquilhagem e a pensar nas mulheres que viessem a integrar as tripulações nas viagens espaciais.

Um kit, de resto, desenhado por engenheiros masculinos e que integrava baton, eyeliner, blush, máscara de pestanas e desmaquilhante, numa estrutura de plástico e velcro com 44.45 x 30.48 x 2.54 centímetros, e que pode ser vista no Museu Nacional do Ar e do Espaço, no âmbito das coleções de Smithsonian.

“Os engenheiros da NASA, na sua infinita sabedoria, desenharam um kit… podemos imaginar as discussões que um grupo predominantemente masculino de engenheiros tiveram sobre o que deviam incluir nessa bolsa”, afirmava Ride no post da rede social Twitter onde era mostrado aquele exemplar de makeup.

Melhor do que ninguém, Sally Ride, a primeira norte-americana a ir ao espaço – já em 1983 e 20 anos depois da soviética Valentina Tereshkova (1963) -, descreve esse momento e mostra como a conquista do espaço se fazia a um mesmo tempo que ainda caminhava em pleno desconhecimento sobre as mulheres. Segundo relatos feitos pela própria, houve engenheiros que lhe perguntaram se 100 tampões seriam suficientes para uma semana de missão. Ela afirma ter respondido que “esse número não era o correto”. A cosmonauta contou mesmo, em entrevistas posteriores que, no “houve engenheiros que tiraram os tampões das caixas para os atarem como se de uma longa tira de salsinhas se tratasse”.

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Imagem de destaque:NASA History Office/Twitter

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