Benidorm é conhecida pelas praias paradisíacas, parques de diversão e noites animadas, onde copos e música andam a par e passo. O Delas.pt esteve lá e descobriu uma cidade com muito mais para oferecer. Foram três dias na cidade espanhola, banhada pelo mar mediterrâneo e onde o verão parece durar o ano inteiro. Três dias de cultura e muita agitação.
1º Dia
O relógio já passava das 9h40 quando o voo da TAP com destino à Costa Blanca levantou voo na pista da Portela, em Lisboa. Uma viagem que até junho deste ano só era possível fazer de carro e que demorava em média 11 horas. Agora, em cerca de duas horas aterramos no aeroporto de Alicante. Mais 30 minutos e estamos em Benidorm.
À chegada, saltam à vista os edifícios verticais, os espaços verdes e o imenso areal banhado por água cristalina que se encontra todo o ano entre os 14ºC e os 26ºC. Antes de partirmos à descoberta da cidade, fizemos o check-in no Hotel Villa del Mar Benidorm, situado em plena Avenida de la Armada Española, na primeira linha da Praia Poniente.
Foi no piso 8 que ficámos instaladas, num quarto com vista mar, onde podíamos admirar a Ilha de Benidorm, também conhecida por Ilha dos Jornalistas.
Ganhou este nome em 1970, ano em que recebeu a XXVIII Assembleia Nacional das Associações da Imprensa de Espanha. A ilha encontra-se a cerca de duas milhas da costa, possui perto de sete quilómetros quadrados e pertence ao Parque Natural da Serra Gelada de Benidorm. Por isso mesmo não é possível pernoitar na ilha, mas pode-se visitá-la, almoçar ou jantar no único restaurante que lá habita e realizar mergulho em volta de todo o ilhéu – um dos desportos mais praticados nesta localidade.
Para ir até lá, existem barcos que fazem a travessia entre a costa de Benidorm e a ilha, entre as 10h e as 18h. Os mais aventureiros podem ir de mota de água ou até mesmo a nado. Há quem o faça, sobretudo em época de competições de natação, explica Laura Garcia, de 35 anos, guia turística da Visit Benidorm.
Depois desta explicação partimos em direção ao Restaurante Son de Mar, diante da Praia Levante. Um estabelecimento que se caracteriza pela cozinha mediterrânea, trazendo à mesa os sabores do mar.
Após o almoço, a tarde foi passada a andar pela cidade espanhola. Nas praias, turistas e habitantes desfrutam não só dos banhos de sol e da água amena, como também de livros em várias línguas e jogos de tabuleiro, como xadrez, disponíveis em alguns pontos bibliotecários existentes nos areais. Na água divertem-se com motas de água e há também quem aposte em altos voos e faça paraquedismo.
Benidorm está sempre em movimento, inclusive no comércio. As lojas estão abertas todos os dias e nas zonas mais turísticas o horário é das 9h às 00h. Apenas os três centros comerciais existentes fecham portas ao domingo para descanso.
O comércio oferece desde as típicas lojas de souvenirs, passando pelas lojas locais de roupa, sapatos e acessórios de moda, até às marcas internacionais, como Amicci, Massimo Dutti, Tous, Pandora e outras, estando estas sobretudo concentradas na Rua Gambo.
Ainda nessa tarde passámos pelo Parque de Elche. Um espaço repleto de palmeiras que possui uma esplanada e uma fonte, junto ao Museu Cultural Marítimo e ao porto de Benidorm. Um espaço perfeito para passear em família, comer um gelado ou simplesmente admirar a paisagem. Também ali existe um ginásio ao ar livre onde há quem aproveite para se exercitar.
De passagem obrigatória é ainda a Varanda do Mediterrâneo que conserva parte da muralha do Castelo da cidade. Durante os séculos XIV, XV e XVI o Castelo defendeu a costa das investidas de piratas e foi reconstruído por diversas vezes, mas em 1812, uma invasão francesa acabou por destruir definitivamente a construção. Hoje encontramos um miradouro todo em tons de branco e azul, uma verdadeira varanda para o Mediterrâneo, mas também para toda a costa de Benidorm, se virarmos costas ao mar. Foi, sem dúvida, um dos sítios mais bonitos que visitamos durante a viagem.
Ali perto, na Praça de Sant Jaume, fica o Hotel Villa Venecia Boutique Gourmet com um restaurantes que nos faz pensar que estamos a comer em cima do mar devido às janelas que vão do chão até ao teto e nos dão uma vista panorâmica do mar e da cidade. O local perfeito para jantar e terminar a noite. Foi o que fizemos.
2º Dia
Mais radical, o segundo dia começou com um percurso de bicicleta elétrica. Um transporte que, além de ser amigo do ambiente, permitiu uma deslocação rápida e fácil pelas ruas da cidade e sempre que as nossas pernas estivessem mais cansadas, uma pedalada era suficiente para o motor da bicicleta ganhar balanço e nos fazer chegar mais longe.
A partida foi dada de uma mas maiores avenidas de Benidorm, a Avenida do Mediterráneo, onde se encontra a TAO Bike Eco & Responsible Tourism. Percorremos parte da marginal da Praia Levante e de seguida rumámos em direção ao Parque Natural da Serra Gelada, sempre a subir.
Com mais de 5 mil hectares e composta por uma rica flora aquática e terrestre, a Serra foi considera área protegida em 2005. Atualmente existem três caminhos possíveis para a prática de ciclismo. Um de dois quilómetros, outro de quatro e um de oito, sendo este último o mais difícil. Ficámo-nos pelo de dois quilómetros.
Já dentro do Parque Natural existe uma pequena praia nudista, conhecida pela Cala Tío Ximo é nela que se pratica o nu integral em Benidorm, embora seja comum fazer-se topless nas restantes praias da cidade, onde agora, a ver de cima, a água pareça ainda mais transparente e limpa. Isto deve-se aos níveis elevados de oxigénio da água, explicou Laura Garcia.
O passeio de bicicleta abriu-nos o apetite. Havia chegado a hora de aconchegar o estômago e foi isso que fizemos no Restaurante Ulia, situado na primeira linha da Praia Poniente, na Avenida Vicente Llorca Alós. Uma casa que conta com cerca de 50 panelas de paella e onde a especialidade são pratos que têm como ingrediente principal o arroz.
Dar um passeio pela marginal foi essencial para ajudar a digerir o almoço e, claro, um mergulho na praia depois de fazer a digestão não podia falta.
Com tanto ainda por descobrir, o passeio continuou ao final da tarde. Passámos por Benidorm Palace, na Avenida Dr. Severo Ochoa, a sala de espetáculos que traz à cidade magia, contorcionismo e outras artes. Ao lado encontrámos o Circo Residente sem animais que anima todos os finais de tarde de sábado, fecha em janeiro e fevereiro. Benidorm possui ainda um Casino, na Avenida do Mediterráneo com as tradicionais slotmachines e mesas de Póquer e blackjack.
Terminámos o roteiro turístico junto à Cruz de Benidorm, no Alto da Serra Gelada, de onde é possível observar toda a cidade. Hoje é um dos locais mais fotografados, sobretudo quando chega o pôr-do-sol, e a cruz é um ponto de homenagem, encontrando-se lá mensagens, fotografias e flores deixadas a entes queridos. Mas não foi com esse propósito que foi lá colocada.
Recuemos aos anos 50, altura em que Benidorm começou a tornar-se um dos destinos turísticos mais queridos da Europa. Por essa altura, mulheres do norte do continente europeu começaram a vir para a cidade espanhola, traziam os seus biquínis e instalavam-se nas praias a apanhar sol com trajes, naquela altura, ainda considerados demasiado pequenos. Perante este cenário, um bispo da cidade ordenou que fosse colocada uma cruz no topo da Serra Gelada, porque Benidorm se havia tornado numa localidade leviana e que lá em baixo se encontrava o inferno.
Depois da vista de cortar a respiração, rumámos ao Hotel Madeira Centro para a última refeição em Benidorm. Foi no centro de Benidorm, no último piso do edifício que jantámos.
3º Dia
O último dia chegou e antes de irmos para o aeroporto ainda conhecemos outras maravilhas. Agora nos arredores de Benidorm.
Visitámos o Club de Golf Meliã Villatana, a três quilómetros da cidade. Composto por dois campos de golf, um mais plano e outro com mais irregularidades, ambos desenhados por Jack Nicklaus, de onde se tem uma vista incrível sob Benidorm e o Mar. Além de receber competições internacionais, o espaço está aberto a qualquer pessoa que queira aprender e praticar golfe a partir dos seis anos.
Também o Hotel Asia Gardens, dirigido pelo português Nuno Lopes, nos recebeu para uma visita guiada. Abriu as portas dos incríveis jardins e de um dos quartos, mostrando-nos um espaço relaxante e em completa harmonia com a natureza que nos transporta facilmente para o ambiente asiático com mais de 500 espécies de plantas. Distingue-se ainda pelas zonas específicas para crianças passarem o tempo, onde realizam várias atividades e desportos, e áreas exclusivas para adultos, permitindo aos pais desfrutarem das férias em tranquilidade. E para quem quiser aterrar de helicóptero em terras espanholas, o Hotel Asia gardens possui ainda um Heliporto.
Por fim chegou a hora de ir para o aeroporto de Alicante. Despedimo-nos de Laura, mas ficou a promessa de voltar para poder ver, conhecer e experimentar tudo o que ainda há por descobrir.
