Aos 81 anos, o apresentador e comediante tem pela frente o fim da vida na prisão, onde pode passar entre os próximos três a dez anos. Uma pena que fica, ainda assim, bem longe dos 30 anos de reclusão em que a estrela norte-americana incorria.

Depois de mais de 60 mulheres terem denunciado casos de agressão sexual perpetrados a Bill Cosby, grande parte delas após terem sido drogadas, eis que Andrea Constand consegue uma condenação para o ator norte-americano.

Na terça-feira, 25 de setembro, o tribunal da Pensilvânia condenou o rosto da TV dos EUA a uma pena de entre três e dez anos de prisão por agressão sexual. Uma sentença que será cumprida em isolamento. Vedada ficou qualquer possibilidade de pagamento de fiança e a ordem foi de detenção imediata, tendo o comediante saído do tribunal algemado. Segundo os relatos, a estrela de Cosby Show não reagiu.

Para já, o ator poderá pedir a liberdade condicional após cumprir pelo menos três anos de prisão, e esse pedido será analisado por uma comissão especial.

Não sem antes haver margem para um pedido de recurso da decisão, segundo informou o principal advogado do criador e herói do Cosby Show, tendo ainda solicitado que o seu cliente fosse deixado em liberdade sob fiança enquanto aguardava a análise do recurso. O juiz não se pronunciou de imediato sobre esse ponto, mas ficou atónito com o pedido e retirou-se para estudar o caso.

Antes da leitura da sentença, a defesa já tinha apresentado um recurso pedindo que Bill Cosby pudesse cumprir a pena em prisão domiciliária, ao que o ministério público negou, garantindo que o condenado não reunia os requisitos para tal.

#MeToo e condenação

À beira de se evocar um ano sobre a onda de denúncias de agressão sexual por parte de grandes estrelas de Hollywood, e que impulsionaram o #MeToo, Bill Cosby transforma-se na primeira celebridade a ser enviada para a prisão por ter violado mulheres. O processo do produtor Harvey Weinstein ainda mal começou.

A mulher que vai defender o homem que as mulheres mais odeiam

Recorde-se, contudo, que em janeiro deste ano, já o médico Larry Nassar que tinha abusado da ginasta olímpica multimedalhada norte-americana Simone Biles – e mais 155 jovens atletas – tinha sido exemplarmente condenado pelo abuso de múltiplas atletas, numa pena que iria dos 45 aos 175 anos de prisão.

Coincidência ou não no que diz respeito ao #MeToo, a 17 de agosto do ano passado, a cantora Taylor Swift provava, em tribunal, que o assédio podia ser punido. Nessa ocasião, David Mueller, radialista da estação KYGO-FM, de 55, era condenado por ter agredido sexualmente a artista, em 2013.

Imagem de destaque: Mark Makela/Reuters

#MeToo: o acontecimento de 2017 que mudou as mulheres