Rubiales vai mesmo ser julgado pelo beijo não consentido a Jenni Hermoso

[Fotografia: captura de ecrã]

O ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) Luis Rubiales vai ser julgado pelo beijo à jogadora Jennifer Hermoso, após o Mundial de 2023, depois de a Audiência Nacional ter rejeitado o recurso do antigo líder federativo.

A EFE noticia que o tribunal, com sede em Madrid e jurisdição em todo o território espanhol, rejeitou os recursos de Rubiales e do ex-selecionador feminino de futebol Jorge Vilda, que será igualmente julgado, num processo em que também está em causa o crime de coação sobre a futebolista.

Além de Rubiales e Vilda, tinham recorrido da decisão do juiz Francisco de Jorge de levar o caso a julgamento outras duas pessoas investigadas: Albert Luque, ex-diretor desportivo da seleção, e Rubén Rivera, antigo responsável de marketing.

O juiz considerou que o beijo dado pelo ex-dirigente máximo da RFEF à jogadora, após a conquista do título mundial, na Austrália e Nova Zelândia, “não foi consentido, foi uma ação unilateral e de surpresa” e que o selecionador Jorge Vilda “exerceu pressão” sobre Hermoso.

“A finalidade erótica ou não, bem como o estado de euforia e agitação que se seguiram ao extraordinário triunfo, são elementos cujas consequências, ou consequências legais, devem ser determinadas durante o julgamento”, indicou o juiz.

A argumentação foi neste sentido, face às justificações de Rubiales, quando disse que a situação ocorreu num “momento de felicidade, de grande alegria e no momento”, rejeitando qualquer “conotação sexual”.

Após os acontecimentos, o dirigente, que inicialmente recusou a demissão do cargo – o que viria a acontecer em 10 de setembro do ano passado -, disse ter sido um pequeno beijo consentido e referiu estar a ser alvo de um “falso feminismo”.

LUSA

UE avalia suspensão TikTok Lite devido ao risco de dependência nos jovens

[Fotografia: Pexels/Freestocks]

A Comissão Europeia abriu esta segunda-feira, 22 de abril, uma investigação à nova aplicação TikTok Lite e ameaçou suspender, a partir de quinta-feira, a funcionalidade da rede social chinesa que recompensa o tempo passado ao ecrã, devido ao risco de aumentar a dependência.

Moedas virtuais, conversíveis em cartões-presentes, em troca de assistir vídeos. O TikTok, do grupo chinês ByteDance, lançou o seu polémico novo serviço em França e Espanha no final de março.

A Comissão Europeia, que desempenha agora o papel de polícia digital na UE, acredita que o mecanismo apresenta “sérios riscos para a saúde mental dos utilizadores”, ao forçar’ as pessoas a permanecerem ligadas, noticiou a agência France-Presse (AFP).

No entanto, a plataforma não comunicou a Bruxelas, antes do seu lançamento, uma avaliação de risco, de acordo com as suas obrigações ao abrigo da nova legislação sobre serviços digitais (DSA).

Por isso, o executivo europeu prepara-se para impor a suspensão do programa de recompensas: “Antes de adotá-lo formalmente, o TikTok teve um prazo até 24 de abril para apresentar os seus argumentos de defesa”.

“Estamos dececionados” com a abertura deste procedimento: o programa de recompensas TikTok Lite não é acessível a menores de 18 anos e inclui um limite diário para visualização de vídeos”, frisou um porta-voz do TikTok à AFP. O grupo, no entanto, pretende “continuar as conversações” com Bruxelas.

A Comissão Europeia emitiu um primeiro alerta em 17 de abril, solicitando à plataforma que fornecesse no prazo de 24 horas uma avaliação dos riscos associados a esta implantação e detalhasse os meios implementados para os reduzir. Mas “o TikTok não forneceu o documento a tempo”, explicou a Comissão.

“‘Streams’ incessantes de vídeos curtos e rápidos podem parecer divertidos, mas expõem os nossos filhos ao risco de dependência, ansiedade, depressão, distúrbios alimentares e capacidade de atenção reduzida”, alertou o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton.

“Suspeitamos que o TikTok ‘Lite’ é tão tóxico e viciante como os cigarros ‘light'”, frisou, citado num comunicado.

O TikTok deve fornecer o seu relatório de avaliação de risco até terça-feira, no máximo, e responder a outras perguntas até 03 de maio.

Na ausência de uma resposta atempada, a Comissão pode impor multas até 1% do volume de negócios global anual do grupo e sanções até 5% do volume de negócios diário.

O TikTok Lite recompensa os utilizadores com ‘tokens’ (criptomoeda) se fizerem ‘login’ diariamente durante dez dias, passarem tempo a assistir a vídeos (com um limite de 60-85 minutos por dia) e realizarem determinadas ações, como ‘gostar’ de vídeos e seguir criadores de conteúdo. Estas moedas podem depois ser trocadas por cartões-presente em sites parceiros, como a Amazon.

Com vídeos de curta duração, o TikTok, que atraiu mais de 1,5 biliões de utilizadores em todo o mundo, é acusado há vários anos nos Estados Unidos e na Europa de causar comportamento viciante entre adolescentes.

LUSA

Marta Temido lidera lista do PS às Europeias

Marta Temido [Fotografia: António Cotrim/Lusa]

A lista do PS às eleições europeias, que será encabeçada pela ex-ministra Marta Temido e que é de total renovação, foi aprovada esta segunda-feira, 22 de abril, pela Comissão Política Nacional com 76% dos votos a favor, adiantou à Lusa fonte oficial.

A reunião da Comissão Política Nacional do PS, que decorreu no Largo do Rato, aprovou as escolhas do líder do PS, Pedro Nuno Santos, para as eleições europeias de 9 de junho, lista da qual não consta qualquer nome que seja atualmente eurodeputado.

Marta Temido, atual deputada e ex-ministra da Saúde em três governos de António Costa, lidera esta lista, seguida por Francisco Assis, atualmente deputado do PS e ex-presidente do Conselho Económico e Social, e por Ana Catarina Mendes, também deputada e ex-ministra.

Segue-se Bruno Gonçalves, secretário-geral dos jovens da Internacional Socialista, e André Rodrigues, deputado do PS na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores

Em sexto surge Carla Tavares, presidente da Câmara da Amadora e presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, seguida de Isilda Gomes — presidente da Câmara Municipal de Portimão e da Associação Nacional de Autarcas do PS.

Sérgio Gonçalves, deputado do PS na Assembleia Legislativa da Madeira e antigo presidente do PS/Madeira, aparece em oitavo lugar e em nono — atualmente o PS tem nove eurodeputados — está Miguel Lemos, atualmente presidente do Conselho de Administração das Águas de Gaia.

LUSA

Nem “calções demasiado curtos” nem “excessivos decotes”. Liceu de Lisboa define regras de vestuário para exames nacionais

[Fotografia: Paulo Spranger/Global Imagens]

Quem não cumprir as regras pode ser impedido de realizar os exames nacionais. Segundo o email enviado pela diretora Rosário Andorinha à Associação de Pais, a que o Jornal de Notícias teve acesso, a direção pede que os alunos usem “vestuário adequado” na escola, solicitando que não usem “calções demasiado curtos” nem “camisolas com excessivo decote”.

O mesmo email pede para que os alunos não usem “roupa de praia, nomeadamente calções de banho e chinelos”, solicitando aos alunos que colaborem no “cumprimento do regulamento interno da escola”.

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Quer ser piloto de avião? Vêm aí 200 vagas para formação

[Fotografia: Pexels/Ganinph]

A easyJet anunciou esta segunda-feira, 22 de abril, a abertura de candidaturas para um programa de formação para 200 pilotos, no âmbito do plano para contratar mil novos profissionais para a companhia aérea até 2027.

“Mais de 1.000 novos pilotos deverão ingressar na easyJet até 2027, como parte de uma campanha de recrutamento de cinco anos, com cerca de 200 vagas agora disponíveis para candidatura, ainda este ano”, informou a transportadora aérea, em comunicado.

A reabertura do Programa de Formação de Pilotos easyJet Geração 2024 pretende tornar aspirantes a pilotos com pouca ou nenhuma experiência em copilotos qualificados, em cerca de dois anos.

A formação será feita em conjunto com a companhia aérea CAE, nos seus centros de aviação em Gatwick (Reino Unido), Milão (Itália), Bruxelas (Bélgica) ou Madrid (Espanha), com algumas fases de treino de voo a acontecer nos Estados Unidos (EUA).

Os candidatos têm de ter no mínimo 18 anos e podem concorrer aqui.

LUSA

Céline “está a recuperar bem” e já canta, revela a irmã Claudette

[Fotografia: Lucas BARIOULET / AFP]

“Estivemos numa chamada via Zoom. Estávamos a falar, até que ela diz: ‘Querem que eu cante para vocês?”. E assim foi, cantou uma pequena música”. A informação foi avançada pela irmã da cantora de My Heart Will Go On e que se tem debatido com uma doença rara degenerativa que paralisa os músculos.

Céline Dion, que surgiu nos Grammy sob longo aplauso e depois de meses de luta contra a Síndrome de Pessoa Rígida, que a tem levado a um longo período de ausência, a processo de trabalho e até à suspensão de digressões mundiais, pode estar no caminho da recuperação. “Ela está a ir bem”, confirmou a irmã da cantora no final da semana passada ao Le Journal de Montreal, segundo avança a revista Hello! “A Céline merece continuar a recuperar bem, ela sempre deu mais do que aquilo que recebeu nesta vida”, acrescentou a irmã.

Declarações que surgem na altura da anteestreia do documentário da Amazon Prime Video sobre a artista mundial: I Am: Céline Dion.

Em Eu Sou Céline Dion, em tradução literal, será mostrado um ano da vida da cantora, dos bastidores do êxito à luta contra a doença neurológica que enfrenta. O documentário, que tem data de estreia apontado a junho deste ano, tem, claramente, um propósito: “Espero que o filme aumente a consciencialização sobre esta condição pouco conhecida”, afirma Dion num post que publicou nas suas redes sociais.

“À medida que o caminho para retomar a minha carreira artística prossegue, percebi o quanto senti falta de poder ver os meus fãs. Durante esta ausência, decidi que queria documentar esta parte da minha vida para ajudar outras pessoas que partilham este diagnóstico”, acrescentou.

A cantora enfrenta há dois anos uma doença incapacitante que, segundo os relatos da irmã, tem vindo a deteriorar-se. A meio de dezembro último, a irmã da cantora, Claudette Dion, afirmou ao site canadiano 7 Jours que a intérprete “não tem controlo sobre os músculos”. E que, apesar de “trabalhar muito” na recuperação, o regresso aos espetáculos permanece incerto. “Nos nossos sonhos e nos dela, a ideia é voltar aos palcos. Em que estado? Não sei”, afirmou Claudette Dion.

Recorde-se que a Síndrome de Pessoa Rígida, que impede o uso das cordas vocais, leva a uma rigidez progressiva, principalmente na zona das ancas e extremidades, e provoca espasmos.

Em dezembro de 2022, a cantora, que cancelou a tournée europeia, explicou, numa mensagem em francês e inglês nas suas redes sociais, que, “infelizmente, esses espasmos afetam todos os aspetos da vida diária”. E detalhou: “Às vezes causam dificuldades quando ando e não me permitem usar minhas cordas vocais para cantar da maneira que estou habituada”.

Spice Girls cantaram karaoke e dançaram. David Beckham gravou tudo

[Fotografia: Instagram/Victoria Beckham]

A antiga cantora, manequim e agora empresária e designer de moda fez 50 anos e a festa foi de arromba. Entre os convidados de Victoria Beckham estavam, claro, as suas antigas companheiras da mais emblemática girls band do mundo: as Spice Girls.

E como numa festa de aniversário não podem faltar os hits de outros tempos, o tema Stop figurou na lista de karaoke.

O eterno ‘reencontro’ das Spice Girls aconteceu na celebração e foi David Beckham quem fez e partilhou o vídeo do quinteto a dançar e a cantar, com Mel B, Melanie C, Emma Bunton e Geri Halliwell. Juntas cantaram “Stop right Now/Thank you very much/I need somebody with the human touch”, o refrão do tema de 1997.

 

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Recorde-se que Victoria Beckham fez a festa no sábado, 20 de abril, e para a reuniu estrelas internacionais.

Abriu a época dos pés à mostra. Eis quatro cuidados a cumprir com urgência

[Fotografia: Pexels/Insoavi]

Apesar de requererem cuidados durante todo o ano, é comum os pés atraírem mais atenções apenas quando se aproxima o tempo quente e a promessa de chinelo no dedo.

Se já adiou a estreia daquela sandália ou daquele chinelo por não ter os pés como devia, saiba os quatro passos essenciais a cumprir com urgência e dê finalmente as boas-vindas às temperaturas mais mornas.

Desta forma, a Delas.pt deixa aqui um ritual frequente que deve ser cumprido.

Limpar os pés diariamente

Limpeza não é apenas molhar os pés no banho. Por isso, é importante lavar a parte superior, inferior e entre os dedos, e depois secar delicadamente, evitando assim infeções por fungos.

Hidratar

Aplicar creme não serve apenas para as pernas. A pele dos pés também deve ser hidratada para que fique macia e flexível, reduzindo a pele mais rija.

Banho de água morna e salgada

Dez minutos são essenciais para relaxar e limpar os pés. Pode cumprir este ritual uma vez por semana.

Pedicure regular

O tratamento irá garantir a remoção da pele morta, o cuidado necessário para com os calos, a verificação das unhas e preocupações relacionadas.

Veja ainda algumas opções de sandálias e socas para esta temporada de 2024 e algumas ideias de cores de unhas que são tendência nesta primavera.

50 mulheres recordam como viveram o 25 de Abril em testemunhos

Lídia Jorge, Isabel do Carmo, Cucha Carvalheiro e Manuela Eanes [Fotografia: Montagem Arquivo Global Imagens]

Cinquenta mulheres recordam como viveram a Revolução há 50 anos, de perto ou à distancia, como participantes ou observadoras, num livro de testemunhos enquadrados num passado amordaçado, em que não conseguiam fazer ouvir a sua voz.

50 Anos, 50 Vozes, 50 Mulheres foi publicado este mês pelas Edições Esgotadas e é coordenado por Violante Saramago Matos, que na introdução explica logo ao que vai: trata-se de uma obra que assinala os 50 anos de um projeto e regime democrático, traz 50 depoimentos e dá voz a 50 mulheres.

A coordenadora explica que quis este livro “como um ir à memória” de um passado que não está longe na História, como revelam os testemunhos publicados.

“50 vozes, diferentes no que eram, na idade que tinham, de como viveram, do que sentiram, do que sonharam, expressão que sabemos insuficiente do que somos enquanto sociedade”, escreve.

Esta era uma sociedade de gente com curso superior e gente analfabeta, gente com intervenção e sem intervenção, gente que passava fome e gente que nem sabia o que isso era, gente que foi apanhada de surpresa e gente que sabia que estava para acontecer alguma coisa.

Tudo isso está refletido neste mosaico social construído a partir dos testemunhos recolhidos de 50 mulheres, escolhidas por ser às mulheres que o Estado Novo oferecia “a casa para limpar, os filhos para cuidar, o marido para respeitar”, pessoas que verdadeiramente não existiam, não contavam, não tinham direitos, e eram poucas as que conseguiam fazer ouvir a sua voz e manifestar as suas vontades.

A variedade está bem representada neste livro, que conta com testemunhos como o da jurista e política Ana Gomes, que começa por dizer que tem o privilégio de “poder responder à célebre pergunta de Baptista Bastos ‘Onde é que você estava no 25 de Abril?’ com um simples ‘Lá'”.

Com 20 anos na altura, trabalhava numa companhia de peixe congelado, porque estava impedida de entrar na Faculdade pelos vigilantes do Governo, e preparava-se para sair para uma ação de rua antes do trabalho, quando recebeu um telefonema a dar conta do golpe de Estado.

A ex-diretora das Galerias 111 e comissária das exposições do Centro de Arte Manuel de Brito, Arlete Silva, recorda que tinha 29 anos, todos vividos em ditadura, quando se deu a revolução, tendo começado a viver com medo a partir dos sete anos.

Carlota Ramalho, professora reformada, evoca “um período de grandes preocupações”, entre meados de 1973 e princípios de 1974, quando tinha 25 anos, motivadas por reuniões secretas do marido, relacionadas com o movimento dos capitães.

Célia Metrass, fundadora do Movimento de Libertação das Mulheres, conta que com apenas 17 anos e uma forte consciência política imaginava que quando acabasse a ditadura haveria música nos coretos dos jardins ao domingo, um “pensamento ingénuo, mas carregado de simbolismo”.

Para esta feminista, 25 de Abril de 1974 amanheceu com um telefonema a dizer “parece que é desta”, depois da tentativa falhada das Caldas da Rainha. A atriz Cucha Carvalheiro recorda o sobressalto que a tomou quando o telefone a acordou a meio da noite: “Morreu alguém?”.

“Do outro lado, voz amiga acalma-me, ‘liga o rádio’. Poucas palavras, pois nunca se sabia se a PIDE estaria à escuta. Acendo um cigarro com um isqueiro ilegal — nesse tempo era obrigatória a licença de porte de isqueiro”, conta a atriz.

Já a jornalista Diana Andringa, que na altura tinha 26 anos e não era jornalista, diz que a campainha tocou antes do despertador e que era a vizinha do andar de baixo, Fernanda Tomás, sua companheira de cela em Caxias, que na altura já ia no nono ano de prisão.

Diana abriu a porta rapidamente e a vizinha anunciou que devia ter havido um golpe de Estado, porque a rádio transmitia música militar e dizia às pessoas para não saírem de casa.

A ex-professora e diretora de cargos na área do ensino, Fernanda Amaral faz um relato centrado principalmente na perspetiva de mulher de um Capitão de Abril, António Luís Ferreira Amaral, com quem casou em 1972. Viviam em Viseu, e na véspera da revolução foram acordados por uns colegas do marido que vinham de Lisboa e que precisavam da sua boleia de carro para ir a Lamego levar uns documentos.

Esses papéis eram as “instruções para o grande dia. Era o começo da revolução”, conta, recordando que no dia seguinte (24) ela e o marido não se deitaram e ficaram sentados no sofá a ouvir rádio, esperando “com ansiedade e angústia pela hora que se aproximava”.

Ao irromper a primeira senha do pequeno portátil – E depois do Adeus, de Paulo de Carvalho – o marido levantou-se, foi buscar o saco preparado para os dias que tivesse de permanecer no quartel, onde as funções a desempenhar já tinham sido distribuídas, e saiu.

Vendo-se sozinha em casa, com um filho bebé no berço, Fernanda colou-se ao rádio, com o coração a “bater aceleradamente”, em “horas desesperantes”, até que “finalmente Zeca Afonso atroa os ares com ‘Grândola, Vila Morena'”, o que significava que a revolução tinha começado e o plano traçado estava em marcha.

A médica Isabel do Carmo lembra a vida em ditadura, a fundação das Brigadas Revolucionárias com Carlos Antunes, os vários assaltos à sua casa pela PIDE, a passagem à clandestinidade e o período revolucionário que se seguiu ao 25 de Abril, de que foi militante muito ativa.

Por sua vez, a jornalista Helena Neves foi uma das muitas pessoas apanhadas pela Revolução quando estavam presas. Ela, o marido e outros foram os últimos a serem libertados da prisão, no dia 27 de abril.

Isabel Soares, filha do histórico socialista Mário Soares, evoca esses dias em que andou a distribuir água e sandes aos revoltosos, os gritos de “viva a liberdade”, a euforia no Largo do Carmo, a emoção na libertação dos presos políticos em Caxias, mas também a correria e os tiros junto à sede da PIDE, na rua António Maria Cardoso, que vitimaram cinco jovens.

Ana Benavente, Dulce Rocha, Edite Estrela, Ilda Figueiredo, Irene Pimentel, Lídia Jorge, Manuela Eanes e Teresa Ricou são apenas mais alguns dos vários nomes que prestam testemunho neste livro, que deixou de fora a própria Violante Saramago, “por opção”, embora esta assinale que na altura era estudante universitária e passou a noite de 24 para 25 de Abril com o marido, que estava na clandestinidade, numa casa cedida por um amigo.

Admitindo que a coordenação deste livro lhe trouxe um novo olhar, a descoberta de distintas vivências, uma reflexão amadurecida e um entendimento acrescido sobre “o acontecimento sociopolítico mais importante” da história recente do país, Violante Saramago destaca a importância do testemunho coletivo aqui deixado, “precisamente neste ano, em que ameaças palpáveis são nuvens escuras sobre estes 50 anos.”

LUSA

Tal filha, tal mãe. Cuca Roseta em lágrimas a ouvir a filha de sete anos cantar

Cuca Roseta surpreendida pela filha Benedita, de sete anos, no palco do 'The Voice Kids' [Fotografia: Montagem Instagram/The Voice Kids e Cuca Roseta]

Primeiro, Cuca Roseta ficou incrédula por lhe parecer a voz da filha Benedita de sete anos, depois ficou em lágrimas, comovida, pela interpretação do tema Portas do Sol no concurso de caça-talentos da RTP1, The Voice Kids, conduzido por Catarina Furtado.

A fadista de 42 anos é jurada no The Voice Kids e na, noite de domingo 21 de abril, foi surpreendida pela filha a cantar no palco do concurso de caça-talentos da estação pública.

Benedita subiu ao palco nas provas cegas e virou todas as cadeiras, a última foi mesmo a da mãe, Cuca Roseta, que se debatia com a sua própria incredulidade. “Isto é a minha filha”, afirmava. E, à medida que a prova cega prosseguia, acrescentou: “A minha filha não pode estar aqui…”

Um momento emocionante que acabou em lágrimas e com um abraço em cima do palco do concurso no qual Cuca Roseta se estreia, ao lado do cantor Nininho Vaz Maia, como jurada, e numa equipa já composta pelos conhecidos Carlão e Bárbara Tinoco.

Apesar de ser uma estreia no ‘The Voice Portugal’, o papel de avaliadora não é novo para a fadista, que integrou o painel de jurados num programa de televisão anterior, o Got Talent Portugal, também na RTP1, entre 2017 e 2022.