Bordar camisolas para combater a administração Trump

Chama-se Rachelle Hruska MacPherson e é a fundadora da Lingua Franca, marca de camisolas para adultos e crianças. O que as roupas desta norte-americana têm de especial não é apenas a técnica de bordar que aplica e que aprendeu com a avó, mas também as mensagens que nelas inscreve.

“Tenho saudades de Barack”, “Libertem a Melania”, “Eu não votei nele”, “Gangster original”, “Somos todos imigrantes” ou “Presidente falso” são algumas das frases que mostram a sua posição anti-Trump de MacPherson.

“Aprendi a bordar com a minha avó quando era criança, mas há mais de uma década que não o fazia. Um dia, peguei numa camisola e bordei um ‘booyah’. Publiquei o resultado no Instagram e os meus amigos começaram a pedir-me exemplares”, conta a empresária à revista ‘Glamour’.

“Adoro que a arte de bordar seja historicamente uma arte das mulheres. Acho que há uma mensagem feminista muito deliberada nisto”, acrescentou.

A necessidade de imprimir frases políticas veio com a eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA. “Tenho mais de 45 mulheres a bordar e muitas delas são imigrantes, algumas oriundas do Irão, que foram separadas das suas famílias. Desfaziam-se em lágrimas. Eu sentia-me impotente. Acho que todos nos sentimos. Ficou claro para mim que todos temos voz e que podemos usar essa voz para fazermos ouvir a nossa posição”, prosseguiu.

Metade do valor das camisolas, todas feitas em caxemira, reverte para organizações não governamentais que lutam pelos direitos civis, como a ACLU, a Planned Parenthood ou a Everytown for Gun Safety.

“Acho que as pessoas se sentem indignadas e fazem tudo, até mesmo comprar uma camisola, para combater a administração horrível que temos atualmente”, disse ainda Rachelle Hruska MacPherson.