Depois de uma votação pública e uma análise de linguagem feita pela Oxford, a palavra inglesa brain rot ganhou o título de palavra de 2024. A expressão significa ‘podridão cerebral’ numa tradução literal, mas alude a uma eventual “deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, especialmente vista como resultado do consumo excessivo de conteúdos considerados triviais ou pouco desafiadores”. Atualmente a expressão evoca “os perigos da vida virtual e de como estamos a usar o tempo livre”, detalhou o presidente da Oxford Languages, Casper Grathwohl, citado pela agência Associated Press.
Segundo o comunicado da Oxford University Press, esta palavra – que venceu candidatas como recatada, desleixada, preço dinâmico, romantismo e tradição – registou um aumento de pesquisas na ordem dos 230%. Apesar de brain rot ter atingido o ‘estrelato’ em 2024, a expressão foi cunhada há 170 anos por Henry David Thoreau, na ode ao mundo natural, Walden (Walden ou a Vida nos Bosques, editado em Portugal pela editora Antígona).
Mas se a escolha dos dicionários Oxford já foi concluída, a portuguesa – levada a cabo pela Porto Editora – ainda está em curso e sob votação (que pode fazer aqui). Na lista final estão os vocábulos conflitos, imigração, INEM, polícia, auricular, jovem, fogos, liberdade, inclusão e transportes. A eleição decorre até ao último segundo do dia 31 de dezembro e a vencedora será desvendada nos primeiros dias de janeiro de 2025.
Importante destacar que os dez vocábulos finalistas refletem os temas e acontecimentos que marcaram a vida coletiva ao longo de 2024, tendo a lista sido elaborada com base nas sugestões enviadas pelos portugueses, nas palavras mais pesquisadas no dicionário da Infopédia e no trabalho contínuo de observação da língua feito pela Porto Editora, especifica o grupo editorial em comunicado.
Esta iniciativa é promovida pela Porto Editora há 16 anos, em parceria com a Infopédia, procurando valorizar “a riqueza e o dinamismo da língua portuguesa, enquanto espelha as transformações e desafios da sociedade”.
Nas edições anteriores as palavras eleitas foram “professor” (2023), “guerra” (2022), “vacina” (2021), “saudade” (2020), “violência doméstica” (2019), “enfermeiro” (2018), “incêndios” (2017), “geringonça” (2016), “refugiado” (2015), “corrupção” (2014), “bombeiro” (2013), “entroikado” (2012), “austeridade” (2011), “vuvuzela” (2010) e “esmiuçar” (2009).