Bride to Be: O novo ateliê onde se escolhe tudo, do vestido à lua-de-mel

Há sete anos no mercado de organização de casamentos, Ana Coelho Duarte perdia a conta às deslocações constantes que fazia com os noivos. “Quando chegávamos à parte de tratar dos sapatos, do vestido, bolo e fotógrafo, o habitual era eu e os noivos andarmos em reuniões intermináveis e em visitas a 10 ou 15 sítios diferentes”, conta a wedding planner.

Foi com este pensamento que acabou por importar um conceito que tinha visto em Inglaterra: um único espaço, onde a noiva pudesse escolher o vestido de noiva, os sapatos, os acessórios de cabelo, mas também a decoração do evento, o bolo, a música, o vídeo, a fotografia e até a lua-de-mel.

Assim nasceu a Bride To Be, um pequeno ateliê de dois andares, a uma curta distância do Campo Mártires da Pátria, onde Ana Coelho Duarte põe em prática “o primeiro conceito de bridal conceptual store em Lisboa”. “Escolhi fornecedores com que me identificava, pessoas muito sérias da área, e convidei-os para serem parceiros Bride To Be”, diz, explicando: “Os noivos não têm de se deslocar a todo o lado, os meus parceiros vêm ao Bride e trazem várias opções. Claro que se for uma prova de maquilhagem faz sentido que aconteça no salão, mas muitas coisas podem ser tratadas aqui”.

Em termos práticos, o casal pode marcar a prova de bolos, escolher o fotógrafo, os vestidos para os meninos de alianças e até os sapatos no mesmo dia, tudo a partir do Bride to Be. No entanto há quem apareça apenas para escolher os acessórios ou o vestido – e Ana não fecha a porta a ninguém.

A wedding planner tem, pelo menos, três parceiros para cada área. “Trabalho com três maquilhadoras, três cabeleireiros, três fotógrafos e por aí. Caso os parceiros Bride to Be não tiverem disponibilidade ou os noivos preferirem algo diferente, recomendamos outros profissionais em que confiamos”, explica a especialista em casamentos tradicionais.

No seu catálogo tanto é possível escolher brincos, colares, malas para acompanhantes, vestidos para damas de honor e madrinhas, acessórios de cabelo, mas também a decoração, os floristas, o espaço onde o casamento se vai realizar, e ainda marcar a lua-de-mel e escolher os cerimonialistas. “Sim, é um papel que existe. Acontece muito com pessoas que já estão casadas e querem uma figura durante a cerimónia que faz quase o mesmo que um conservador e fala sobre o casamento”.

Quanto custa hoje casar em Portugal?

Falando da sua experiência pessoal, Ana Coelho Duarte diz que se gasta, em média, entre 40 a 50 mil euros num casamento com 150 convidados. “A maior fatia do orçamento vai para o local do copo de água e para o catering, onde se gasta no mínimo 100 euros por pessoa”, conta. “Mas se os noivos tiverem apenas 10 mil euros para gastar, também se arranja soluções. O importante é saber quanto têm para gastar”, vinca a profissional, que faz cerca de 12 casamentos por ano.

De acordo com a wedding planner, é comum os noivos terem receio de revelar o orçamento, com medo de que os planeadores “o ultrapassem”, quando o objetivo é o contrário. “O meu trabalho é arranjar os parceiros me deem o melhor preço possível para o que os noivos podem pagar. Contas feitas no final, contratar um wedding planner fica sempre mais barato. Pelo stress e pelos budgets mais acessíveis que estes conseguem com os seus parceiros”, refere ainda.

Tão importante quanto saber o que se pode gastar é saber onde gastar. Há quem valorize vestidos mais caros, de 5 mil euros, ou quem aposte no catering, na animação ou na Lua de Mel. “Aconselho sempre a guardarem uma parte e a não gastarem tudo no dia do casamento, afinal é um dia”, lembra.

Quanto custa contratar uma wedding planner?

Segundo Ana Coelho Duarte, contratar um wedding planner equivale a uma dose de descanso durante todo o casamento. Organiza a festa, arranja os parceiros adequados, e está presente no dia do casamento. “Enquanto os noivos se estão a divertir, eu digo para servirem o bolo, aviso que é hora de entrar o DJ e tocar aquela música, lembro que a luz está desligada, que a casa de banho está suja. Sou os olhos dos noivos na festa”, explica a organizadora, que cobra uma taxa de 2500 mil euros por casamento.

Trata-se de uma taxa fixa, independentemente do número de convidados do casamento, do orçamento dos noivos e da quantidade de reuniões. “Há noivas que sentem necessidade de reunir quase todas as semanas, outras que são muito tranquilas. Mas um casamento nunca tem menos de 20 reuniões e duram muitas horas”.

Como se casa hoje em dia?

Mais casamentos, com menos pessoas. É este o resumo que Ana Coelho Duarte faz da realidade que vê hoje em dia, apesar de notar diferenças entre o norte e o sul do país. “No norte, as pessoas casam e levam a família toda, os amigos e os amigos dos pais. Mas no geral, passámos de uma média de casamentos com 250 convidados para 150.

Quando se olha para os estrangeiros que vêm a Portugal casar – outro mercado que a organizadora explora -, a história é bem diferente. “Se for preciso trazem 40 pessoas, mas casam em três dias. Fazem um jantar em que juntam os amigos todos, depois é o dia da cerimónia em si e no dia seguinte fazem um brunch ou um cocktail”.

Também as localizações são hoje diferentes, diz. As quintas já não o principal destino para copos de água ou cerimónias. “Hoje há espaços muito bonitos, palacetes ou casas cerimoniais, que foram convertidos para eventos”, conclui.

Os noivos até já querem maquilhagem

Desde que se iniciou como wedding planner, há sete anos, que Ana nota uma maior participação e interesse por parte dos noivos.”Os mais vaidosos até já querem usar maquilhagem como as senhoras. E perguntam-me sobre as cores da gravata e se os posso acompanhar para escolher os fatos”, conta.

Olhando para as últimas tendências, a organizadora de casamentos refere que as preferências musicais recaem também mais em saxofonistas, trios de jazz ou violinistas no momento do welcome drink. O DJ entra mais tarde para animar a festa e os casamentos realizam-se muitas vezes ao final do dia por uma questão financeira.

Já sobre os vestidos escolhidos, há quem ainda continue a preferir os tradicionais “merengues” ou à Cinderela, com grandes saias rodadas. Mas estão na moda modelos bem mais simples, estilo romântico, e até boho chic. Além de wedding planner, Ana desenhou também a coleção de vestidos que se pode ver na Bride To Be, de nome Anah Hana, cujos preços rondam os 1500 mil euros. “Temos uma identidade muito jovem e, apesar de ser protocolar, é muito descontraída. Não temos vestidos de princesa nem em tule, pois são mais inspirados nas linhas espanholas e francesas de vestidos de noiva. E são personalizáveis, o estilista pode perfeitamente adaptar à noiva”.

Em setembro, talvez o ateliê ganhe mais vestidos da coleção de Ana. É que o Bride to Be prepara-se para mudar para um espaço ainda maior, cuja morada não pode ainda revelar.

Bride To Be
Calçada de Santo António, 6B
Tel.: 961119778
Instagram: instagram.com/bridetobeconceptstore
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