Britânica que fez parte do Estado Islâmico perde recurso para reaver cidadania

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[Fotografia: Pexels/Pixabay]

Uma mulher cuja cidadania do Reino Unido foi rescindida depois de ter viajado para a Síria para se juntar ao grupo extremista Estado Islâmico perdeu o recurso para que a cidadania fosse restaurada e regressar ao país de origem.

A Comissão Especial de Recursos de Imigração realizou uma audiência de cinco dias sobre o caso em novembro e anunciou que decidiu rejeitar o recurso. Shamima Begum, agora com 23 anos, tinha 15 anos quando ela e duas outras amigas adolescentes fugiram de Londres em fevereiro de 2015.

O Governo britânico retirou-lhe a cidadania britânica por razões de segurança nacional pouco depois de ter sido encontrada num campo de refugiados sírio, em 2019.

Begum contestou a decisão do então Ministro do Interior, Sajid Javid, queixando-se de ter ficado apátrida e argumentando que deveria ter sido tratada como uma vítima de tráfico de crianças e não como um risco de segurança.

O Governo britânico alegou que ela podia pedir um passaporte do Bangladesh baseado na ascendência familiar, mas os pais de Begum explicaram que a filha nasceu no Reino Unido e que nunca teve um passaporte do Bangladesh.

Os advogados de Begum argumentaram que a rapariga tinha sido “recrutada, transportada, transferida, alojada e recebida na Síria para fins de exploração sexual e casamento com um homem adulto” pois ainda era menor de idade.

Mas o juiz Robert Jay considerou legítima a decisão do Governo de retirar a sua cidadania por a considerar uma ameaça à segurança do Reino Unido.

A situação reatou um debate sobre o problema mais vasto de como os países ocidentais estão a lidar com as pessoas que aderiram ao Estado Islâmico (EI), mas querem voltar para os seus países de origem.

Begum e as duas amigas fugiram com a intenção de casar-se com combatentes do EI, numa altura em que o programa de recrutamento ‘online’ do grupo ‘jihadista’ atraiu muitos jovens para o seu autoproclamado califado.

A adolescente britânica teve dois filhos do marido, de origem holandesa, mas todos morreram prematuramente devido a subnutrição e doença, um dos quais no campo de refugiados onde Begum ainda se encontra.