Britney e Paris juntas nos documentários, no tribunal e na luta contra traumas

Britney Spears_instaprint

É a produção mais badalada do momento e chega a Portugal amanhã, 22 de fevereiro. Framing Britney Spears é o polémico documentário produzido pelo New York Times para o serviço de streaming Hulu e estreia-se no canal Odisseia, a partir das 22 horas.

Um trabalho que revela o tratamento misógino dos media sobre a carreira da princesa da Pop e detalhes sobre a disputa legal da artista contra o pai. Jamie Spears, recorde-se, tem detido a tutela legal sobre a carreira, fortuna e mesmo vida pessoal da filha desde 2008, quando foi arredada devido a episódios de instabilidade mental.

Em fevereiro deste ano, o tribunal de Los Angeles deu uma vitória parcial à cantora de êxitos como Baby One More Time ou Ooops! I Did it Again, de 39 anos, obrigando o pai a dividir, em igual medida, a função de tutor legal do património com a empresa de fundos fiduciários, a Bessemer Trust. Esta empresa já tinha sido nomeada para o efeito em novembro de 2020, mantendo o pai como co-tutor. Agora a decisão foi reconfirmada, mas ainda longe dos interesses de Spears: afastar totalmente o progenitor.

Um processo legal longo que, nos últimos sete meses, tem levado dezenas de fãs da cantora a manifestarem-se diante do tribunal e a pedirem justiça para a artista, tendo sido criada inclusivamente o hastag #freebritney (libertem Britney, numa tradução literal).

Um longo processo que está também a ser trabalhado pela Netflix. A plataforma conta com o realizadora Erin Lee Carr, especializada em documentários sobre crimes e que explora a justiça criminal e feminilidade, para abordar o complexo processo que envolve a pop star, mas ainda sem data de estreia.

E se um documentário trouxe, com estrondo, nova luz ao polémico caso de Britney Spears em vésperas de nova decisão do tribunal, um outro, ainda que de forma diferente, fez o mesmo por Paris Hilton, de 40 anos.

Em This is Paris, lançado em setembro de 2020, a socialite, herdeira da cadeia de hotéis Hilton, ia além da sua persona nos media e contava detalhes traumáticos da infância. Revelações que, menos de meio ano depois, a sentaram no State Legislature do Utah para pedir aos legisladores que mudassem o enquadramento jurídico que rege as instituições educativas.

Num processo que interpôs ao internato que frequentou, a Provo Canyon School, Paris revelou, com detalhe, que tinha sido “abusada verbal, mental e psicologicamente todos os dias”. “Fui isolada do mundo exterior e dos meus direitos humanos. Sem prescrição médica, fui obrigada a tomar medicação que me deixava tonta e exausta”, contou. E acrescentou: “Não respirei ar puro ou vi a luz do sol durante 11 meses. Não havia privacidade, cada vez que queria ir à casa de banho ou tomar banho era controlada.” A socialite pediu, naquela audiência, para que o recém-empossado presidente, Joe Biden, tome medidas claras para regular e fiscalizar as instituições de forma a que outras crianças não passemos traumas semelhantes.