Bruxelas propõe 4,7 ME para despedidos da ex-Triumph e da Ricon

triumph GI_Nuno PInto Fernandes

A Comissão Europeia propôs esta segunda-feira, 10 de setembro, canalizar para Portugal 4,7 milhões de euros do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização para apoiar antigos trabalhadores do setor do têxtil e de vestuário, um setor que emprega maioritariamente mulheres. Mas a verba, que também será repartida por “jovens sem emprego, educação ou formação”, é destinada a 730 trabalhadores de um setor que despediu, no último ano, 1.161 funcionários de duas empresas do setor do têxtil e de vestuário nas regiões Norte, Centro e Lisboa.

As empresas em causa são o grupo Ricon e a Gramax (ex-Triumph), confirmou à Lusa a porta-voz comunitária responsável pela pasta do Emprego, Assuntos Sociais, Competências e Mobilidade Laboral, Sara Soumillion.

O Tribunal de Vila Nova de Famalicão decretou em 31 de janeiro a insolvência do grupo Ricon, que detinha as lojas da Gant em Portugal, composto por oito empresas, deixando cerca de 800 trabalhadores no desemprego.

A empresa alemã Triumph possuía uma fábrica em Sacavém, concelho de Loures, que foi adquirida em setembro de 2016 pela empresa Têxtil Gramax Internacional (TGI), uma sociedade portuguesa de capital suíço. A 24 de janeiro deste ano a fábrica foi encerrada e a TGI decretada insolvente, situação que levou ao despedimento coletivo de quase 500 trabalhadores, maioritariamente mulheres.

A ajuda de Bruxelas, agora anunciada, vem na sequência do pedido de Portugal, para apoio do FEG na sequência desses despedimentos.

“Os trabalhadores portugueses foram fortemente afetados pela concorrência mundial. Os 4,7 milhões de euros do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização [FEG] ajudarão 730 trabalhadores que perderam os seus empregos, assim como um número equivalente de jovens sem emprego, educação ou formação, a adaptarem as suas competências, facilitando a sua transição para as novas oportunidades”, sustentou a comissária europeia do Emprego, Assuntos Sociais, Competências e Mobilidade Laboral, Marianne Thyssen.

Este universo de trabalhadores, que é pouco mais de metade do total é, segundo a Comissão Europeia, aquele que carece de apoio mais urgente.

“As medidas cofinanciadas pelo fundo europeu poderão ajudar os 730 trabalhadores, que enfrentam as maiores dificuldades, assim como a 730 jovens sem emprego, educação ou formação com menos de 30 anos, a encontrar diferentes possibilidades com o objetivo de melhorar as suas competências, seja através da formação profissional, ou da ajuda àqueles que queiram criar as suas próprias empresas”, explica o executivo comunitário em comunicado.

Estas medidas serão complementadas por subsídios, quer para deslocação, quer para formação. O custo total está estimado destas medidas está fixado nos 7,7 milhões de euros, sendo a comparticipação do FEG de 4,7 milhões.

A proposta terá ainda de ser submetida ao Parlamento e ao Conselho europeus.

AT com Lusa

As mulheres na rua contra a insolvência da antiga Triumph