Cães podem não sentir empatia quando contagiados pelo bocejo humano

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[Fotografia: iStock]

Se tem um patudo lá em casa, é provável que já o tenha visto a bocejar ao mesmo tempo que também o faz. Sabemos que entre humanos o bocejo é contagioso. Afinal de contas, quem nunca olhou para um amigo que estava a bocejar e deu por si a fazer o mesmo?

Um estudo científico intitulado Contagious yawning is not a signal of empathy: no evidence of familiarity, gender or prosociality biases in dogs – em português Bocejar contagioso não é sinal de empatia: não há evidências de familiaridade, género ou presencialidade em cãespublicado esta quarta-feira, 12 de fevereiro, na revista britânica Royal Society vem agora explicar que o bocejo humano também é contagioso para os cães, mas não significa que eles tenham empatia por nós.

Com uma análise total a 257 cães, os autores escreveram que a sua pesquisa “forneceu um suporte robusto para alegações de que o bocejo contagioso está presente em cães”.

Anteriormente, havia sido sugerido que os bocejos eram entendidos como sinais de empatia nos animais, mas a verdade é que nenhuma evidência comprovou essa teoria. Esta investigação mais recente veio agora refutar essa hipótese, sendo que não encontrou nenhuma ligação clara entre a empatia e o bocejo.

À revista norte-americana NewsWeek, Patrick Neilands, um dos autores do estudo, disse que “a descoberta de que o bocejo contagioso não é um indicador confiável de empatia foi muito surpreendente”, acrescentando que “infelizmente, parece não haver atalhos para desvendar as raízes evolucionárias da empatia”.

Apesar de ainda ser um caminho por descobrir no que toca a este aspeto, Patrick Neilands espera que este estudo “possa atuar como um impulso para os cientistas desenvolverem mais e melhores testes de empatia em animais”, disse à NewsWeek.

Embora a equipa de investigadores não tenha provado qualquer conexão entre o bocejo e a empatia, isso não é sinónimo de que ela não exista. Apenas significa que o bocejo em si só “não pode ser tomado como um sinal de diagnóstico para a presença de sinais empáticos”, tal como os autores explicam no estudo.