Calor. 1/3 da população mundial viverá em condições extremas em 2080

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[Fotografia: Pexels/ Sebastian Sorensen]

De acordo com os investigadores do Instituto de Sistemas Globais da Universidade de Exeter, citados pela agência financeira Bloomberg, as temperaturas médias globais “estão a caminho de aumentar 2,7 graus Celsius nas duas últimas décadas deste século”.

Os investigadores definiram “zonas perigosamente quentes” ou “zonas fora do chamado nicho humano”, como tendo uma temperatura média anual superior a 29 graus Celsius.

As emissões de gases com efeito de estufa e o aquecimento global continuam a colocar o mundo no caminho para um aquecimento de 2,7 graus Celsius, valor acima dos níveis pré-industriais até ao final deste século, segundo o estudo.

O trabalho intitulado Quantifying the Human Cost of Global Warming, citado pela Bloomberg, refere também que “as emissões médias globais atuais de 3,5 cidadãos (ou de 1,2 cidadãos nos Estados Unidos da América), irão expor uma pessoa a um calor sem precedentes no final do século“.

As temperaturas mais elevadas vão provocar “mais mortes relacionadas com o calor, reduzirão a produtividade, resultarão numa diminuição do rendimento das colheitas, no aumento das migrações e na propagação de doenças infecciosas”, lê-se no estudo.

O documento permitiu prever que as grandes áreas de terras do Burkina Faso, Mali, Catar, Aruba e Emirados Árabes Unidos irão ficar na sua quase totalidade “fora do nicho humano”, onde vivem atualmente as pessoas.

Quanto ao número absoluto de pessoas afetadas, a Índia, Nigéria e a Indonésia sofrerão o pior impacto, 600 milhões de habitantes, 300 milhões e 100 milhões de seres humanos, respetivamente, a situarem-se “fora do nicho humano” ainda neste século.

A capacidade dos países e dos seus cidadãos para resistir ao calor extremo irá depender, em grande medida, da sua riqueza, salienta o estudo.