Cameron condena segregação das mulheres muçulmanas

Cameron condena segregação das mulheres muçulmanas (REUTERS/Luke MacGregor)
Cameron condena segregação das mulheres muçulmanas (REUTERS/Luke MacGregor)

O primeiro-ministro britânico criticou a forma como a comunidade muçulmana permite que sejam tratadas as suas mulheres, e anunciou um ataque à “tolerância passiva” que permite práticas discriminatórias para com elas.

Uma dessas práticas, acentuou, é a exclusão da aprendizagem de inglês – 22% das mulheres islâmicas em Inglaterra não fala bem inglês. Por isso foi anunciado um fundo de 20 milhões para aulas da língua, prevendo-se que os imigrantes que a não aprendam arrisquem a expulsão do país. “Isto irá ajudar a tornar claro para os homens que impedem as suas parceiras de se integrarem que sofrerão consequências”, explicou Cameron num documento publicado no The Times.

Para a segregação de que são alvo as mulheres muçulmanas começa por dentro, na própria comunidade – e é reforçada pela falta de integração na sociedade inglesa, o que permite “práticas horríveis” como a excisão e os casamentos forçados.”

“Isto é Inglaterra. Neste país as mulheres e as raparigas são livres de escolher com quem querem viver, como vestem e quem amam. São os nossos valores que fazem este país o que ele é”, disse Cameron, acrescentando que chegou a hora de ser “mais assertivo” sobre os “valores liberais”.

O governo vai combater os que exercem “controlo danoso sobre as suas mulheres, irmãs e filhas” – mesmo que, para isso, precise de mudar leis e regulamentos. Isto poderá ajudar a combater também o terrorismo, a montante.

“Imaginem o rapaz que cresceu em Bradford (um dos bastiões islâmicos em Inglaterra). Os seus pais vieram de uma vila no Paquistão. A mãe mal fala inglês e quase nunca sai de casa, e é-lhe difícil comunicar com ela e ela também não percebe o que está a acontecer com a vida dele. Ao mesmo tempo, ele não se identifica com a cultura ocidental(…). E aceitar práticas que vão contra os nossos valores só acentua essas diferenças. E quando isso acontece a narrativa extremista dá-lhe algo – por muito ridículo que seja – em que acreditar.”