Campeãs de squash recebem vibrador e cera depilatória como prémio

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A equipa feminina vencedora do campeonato de squash das Astúrias, em Espanha, recebeu, pela sua vitória, vibradores, ceras depilatórias e limas para os calos, juntamente com os troféus. As jogadoras não esconderam a indignação – até porque para os vencedores masculinos não houve qualquer oferta extra aos habituais presentes desportivos.

As campeãs denunciaram a situação, que está a ser acompanhada pelo Instituto Asturiano de la Mujer e que já provou três demissões na organização do clube que organizou a prova e na federação autonómica de squash, refere o El País.

“Presentes machistas e desajustados” foi como as quatro jogadoras premiadas definiram o caso na queixa que apresentaram, dias depois, à Federação de Squash do Principado das Astúrias. “Nunca na história [da modalidade] tinha acontecido nada do género”, afirmou ao jornal, Maribel Toyos, vogal da federação, que entretanto remeteu o assunto para o Instituto Asturiano de la Mujer.

Ao El País uma das jogadoras, Elisabet Sadó, disse ter sentido “surpresa e indignação” com tal tipo de ofertas complementares. Com 37 anos e mais de 15 de competições profissionais, afirmou ainda que este tipo de comportamento está na base “de todo o machismo estrutural, que, nos casos mais graves, acaba com mulheres assassinadas”.

Entretanto, o Club Squash Oviedo, que organizou a prova, emitiu um comunicado onde reconhece que os objetos oferecidos “eram inapropriados e nunca deveriam ter sido entregues”, classificando o caso como “inaceitável” e apresentando desculpas não só às jogadoras, como ao “squash feminino nacional” e aos desportistas, em geral.

Esta não é a primeira vez que a vitória de mulheres, no desporto, é diminuída com situações machistas. Apesar de não assumir a mesma dimensão do caso asturiano, em 2018, a primeira mulher vencedora de uma Bola de Ouro, a norueguesa Ada Hegerberg, foi alvo de uma piada sexista por parte do DJ francês Martin Solveig que lhe pediu para dançar o ‘twerk’.

A pergunta gerou uma onda de indignação, com muitas críticas de figuras de renome do desporto mundial, como o tenista Andy Murray.

 

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