Cancro da mama está a aumentar nas mulheres com menos de 40 anos

Cancro da mama- diagnóstico
Cancro da mama- diagnóstico

O aumento de cancro da mama em pessoas com menos de 40 anos está a aumentar. O alerta foi feito ontem, 30 de outubro, Dia Nacional da Prevenção do Cancro da Mama, pelo IPO do Porto. De acordo com os números da entidade, esse aumento está a acontecer a uma taxa de 2% ao ano, que representa 6% do total de casos.

Os profissionais consideram os números preocupantes por se tratar de uma faixa etária que não costuma estar incluída nos programas de rastreio e que, por isso, acaba por ser diagnosticada tardiamente.

Ainda assim, e apesar de 1/6 dos cancros ocorrer entre os 40 e os 50 anos e 25% antes dos 50 anos, Joaquim Abreu, da Clínica da Mama do IPO do Porto, citado pelo Jornal de Notícias (JN), considera que que não é necessário que os rastreios comecem a ser iniciados mais cedo. Atualmente, as mamografias são recomendadas a partir dos 45 anos – embora alguns profissionais defendam que o exame comece a ser feito aos 40 anos –, com uma frequência anual ou bienal. Para as mulheres que têm menos de 40 anos, o médico aconselha a consulta do médico de família para avaliar o risco e a criação de um plano individual de vigilância, que poderá passar ou não por um rastreio e acompanhamento mais precoce.


Oiça a entrevista a Fátima Cardoso, Diretora da Unidade de Mama da Fundação Champalimaud, sobre o cancro da mama.


Fatores de risco
Não estão ainda estudados todos os fatores que podem influenciar o risco do desenvolvimento de uma doença que continua a crescer – embora também a taxa de sobrevivência a cinco anos tenha aumentado em paralelo. Contudo, existem alguns que estão reconhecidos como potenciadores do cancro. O histórico familiar, o uso prolongado da pílula, engravidar após os 30 anos, o sedentarismo e inatividade física, o excesso de peso e os hábitos de consumo pouco saudáveis são considerados fatores de risco.

Exames e outros meios de diagnóstico
A mamografia, que é uma radiografia à mama, é o principal meio de diagnóstico para detetar lesões e tumores cancerígenos antes da manifestação de sinais ou sintomas. Mas há outros como a ecografia mamária, que é um método auxiliar da mamografia, ajudando a distinguir se nódulos eventualmente detetados apresentam características benignas ou malignas.

O primeiro exame de todos é, contudo, o autoexame, ou seja exame feito pela própria mulher. O autoexame da mama deverá ser feito mensalmente, para avaliar quaisquer alterações nas mamas, e incluiu a observação e comparação dos dois seios – neste processo, os braços devem estar esticados ao longo do corpo – e a palpação. Esta deve ser feita com o braço correspondente ao seio que vai ser apalpado levantado. Depois com a outra mão, deve-se usar alguma pressão na ponta dos dedos e ir fazendo a palpação com movimentos circulares do exterior para o interior da mama e na axila. Caso se note algo que não é usual, deve recorrer-se de imediato ao médico, que fará a primeira despistagem e recomendará qual o meio de diagnóstico mais adequado.

Na maioria dos casos um diagnóstico de cancro da mama pode ser afastado com a realização de uma mamografia, ecografia mamária ou ressonância magnética. Caso não sejam conclusivos poderá ser necessária a realização de uma biopsia. A biopsia consiste em retirar uma amostra de células ou tecido da mama, que são posteriormente estudados ao microscópio para avaliar se são ou não cancerígenos.

Apesar de os casos de cancro da mama estarem a aumentar em mulheres com menos de 40 anos, eles não são necessariamente mais agressivos, segundo referiu ao JN Joaquim Abreu. O que é importante reter é a necessidade de apostar numa maior prevenção para que a sua deteção não aconteça tardiamente.