
As recomendações da União Europeia estavam emitidas há dois anos e vão avançar em Portugal este ano, com a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) a confirmar que está preparada para começar a fazer rastreios do cancro da mama, apesar do incremento no número de mulheres convocadas, estimando-se serem mais 400 mil a partir deste ano.
“É um desafio, como é evidente, porque vamos necessitar de mais recursos humanos (…) mas a Liga já tomou a previdências necessárias para que isso não seja um óbice” e “está pronta para arrancar em fevereiro como está estipulado com o Ministério da Saúde“, avançou o presidente da LPCC. Em declarações à Lusa, Vítor Veloso referiu que “se efetivamente nós implantarmos políticas de prevenção adequadas e também se fizermos aquilo que este Dia Mundial do Cancro [que se assinala esta terça-feira, 4 de fevereiro] preconiza, que é o tratamento personalizado para o doente e não para a doença, em que os cuidados oncológicos são centrados nas pessoas, nós teremos com certeza muito mais curas e teremos também uma sobrevivência muito maior com grande qualidade de vida”.
No início de dezembro, a Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou a norma que antecipava a primeira mamografia para os 45 anos (e não os 50 atuais) e estender o rastreio até aos 74 anos (e não aos 69, como é prática em vigor).
Com este alargamento do rastreio, prevê-se, segundo a secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, que mais de um milhão de mulheres (1.050.000) sejam chamadas anualmente para fazer a mamografia.
Em Portugal, são detetados anualmente cerca de nove mil novos casos de cancro da mama e mais de duas mil mulheres morrem com esta doença, segundo dados divulgados pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).