Cancro: Hairstylist de Bárbara revela os cuidados a ter com o cabelo

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Bárbara Guimarães [Fotografia: Nuno Pinto Fernandes/Global Media Group]

Rui Canento tem sido, durante anos, o responsável de imagem de Bárbara Guimarães dentro e fora do pequeno ecrã. Numa altura em que a apresentadora da SIC enfrenta uma luta contra o cancro de mama, tem sido ele o homem por trás das mudanças capilares do rosto de Carnaxide, dando resposta a alterações que uma doença e o respetivo tratamento sempre obrigam.

Na sexta-feira, 7 de junho, Rui e Bárbara voltaram a impressionar depois de a apresentadora ter publicado uma imagem sua, de look radical renovado, com cabelo curto e acobreado. Uma nova imagem que tem vindo a merecer o aplauso dos seguidores do rosto do pequeno ecrã.

Bárbara Guimarães com o hairstylist Rui Canento [Fotografia: Facebbok] cancro de mama
Bárbara Guimarães com o hairstylist Rui Canento [Fotografia: Facebbok]
Ao Delas.pt e a propósito de mais uma mudança, Canento explica quais os desafios, os truques e as dicas para melhor cuidar do cabelo quando se atravessa um cancro e todos os tratamentos. Afinal, o número de mulheres que o hairstylist tem vindo a receber no seu espaço, o Hair Rui Canento Salon, na Baixa de Lisboa, tem vindo a “aumentar”.

“Quando as pessoas detetam o problema, a minha função é informar que vão ter de rapar o cabelo, e o que aconselho sempre é o de o fazer logo após o primeiro tratamento”, explica o cabeleireiro. O objetivo é simples: “Não haver o choque da perda, afinal, é muito triste acordar de manhã e ver melenas na almofada.”

“A minha função é informar que vão ter de rapar o cabelo, e o que aconselho sempre é o de o fazer logo após o primeiro tratamento”, explica o cabeleireiro

Quando chega ao Dia D, o momento em que as mulheres se sentam na cadeira para proceder à operação, Canento prepara-se a preceito para a ocasião. “Acabo por brincar um pouco com as clientes nesse dia, vou fazendo experiências”, descreve. Como? “Quando têm cabelos compridos – como é o caso de Bárbara – vou fazendo cortes sucessivos até rapar. Primeiro, corto pelos ombros, depois faço um segundo ou um terceiro mais curtos. No fim, rapamos”. Geralmente, avisa o especialista, o resultado é positivo. “As pessoas concluem que até ficam mais giras de cabelo rapado do que quando o tinham comprido”, analisa.

Os novos cuidados a aprender

Uma vez sem cabelo, é do couro cabeludo que é preciso cuidar, a par da peruca, claro. “Aconselho sempre as pessoas a hidratar muito bem a pele, que sempre esteve mais protegida e, nesta nova fase, está mais sensível e exposta”. Uma hidratação que é feita, refere Canento, com recurso a “cremes hidratantes da pele”.

O hairstylist alerta para a possibilidade de, neste período de tratamento, aparecer uma ligeira caspa, fruto do ajuste da pele a esta nova exposição. O especialista vinca, contudo, que, sendo normal, é um processo reversível.

Ao mesmo tempo, o cabeleireiro nota que, com o passar do tempo, as mulheres que o visitam no seu espaço acabam por ser elas a lavarem as suas perucas. “Isso aconteceu com a Bárbara. Era ela que, por vezes, fazia questão de cuidar da sua própria peruca”.

A chegada de um novo tipo de cabelo e a adaptação

“Quando começa a crescer o cabelo, aí começa toda uma nova fase de cuidados”, ressalva o especialista, que normalmente rapa “sempre a primeira penugem que começa a nascer depois dos tratamentos”. A justificação para tal passa pela necessidade de “retirar esse cabelo de bebé para que o seguinte cresça com mais força”.

Uma vez cumprido esse passo, é altura de voltar a velhas rotinas e hábitos de lavagem da cabeleira, tal e qual como antes da doença.

Há, porém, alterações a que é preciso ter atenção. “Normalmente, o cabelo nunca vem igual. Por vezes, quando era liso passa a ser ondulado, noutros casos sucede o contrário. É todo um novo processo”, salvaguarda o hairstylist.

Tintas e extensões? Porque não…

A ideia de que se deve proteger os novos fios após tratamentos agressivos não é errada. Mas não é, porém, impeditiva de opções que passem por pintar o cabelo, tal como fez Bárbara Guimarães na semana passada.

“É claro que se usam tintas que não sejam agressivas, feitas à base de óleos naturais. Apesar de as que se usam hoje em dia já não serem tão fortes como eram antigamente”, explica Rui Canento.

No caso de Bárbara, foi a própria que decidiu arriscar, conta o hairstylist. “Foi muito engraçado porque foi ela que me disse: ‘Rui, vamos pintar o cabelo. Sentei-me com a paleta de cores, apontámos a vários, e eu acabei por decidir. Ela aceitou assim”, descreve.

Para o cabeleireiro, esta é, aliás, uma“boa altura para explorar novos looks porque o cabelo está, precisamente, curto”.

Quanto a extensões, Canento não descura essa possibilidade e conta mesmo que já as fez a clientes. Mas há pressupostos a serem cumpridos. “Tenho pessoas que já as colocaram em cabelos muito curtos, e isso é possível, sem qualquer problema, se os fios já tiverem um bom tamanho”, justifica.

Imagem de destaque: Facebook

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