Mia Rose: “Não vou ser uma mãe que vai abrandar”

Grávida de 27 semanas, Mia Rose diz estar a viver uma das melhores fases da sua vida. Depois de um 2017 em grande, com o lançamento do primeiro álbum de originais, Tudo P’ra Dar, do casamento com Miguel Cristovinho, vocalista da banda D.A.M.A. e com o blogue Little Mia Bug a ser premiado no Blogs do Ano, a cantora garante que não vai abrandar o ritmo com a chegada do bebé.

Na primeira entrevista que dá depois de anunciar a gravidez, Mia Rose revela como tem vivido a gravidez e afirma já ter decidido o nome do bebé. Fala das inquietações que sente e sobre o que tem aprendido ao longo das semanas de gestação, mas também da vida profissional, com a artista a confirmar o lançamento de um novo álbum que espera lançar ainda este ano.

Lisboa, 25/01/2018 – Entrevista a Mia Rose, cantora portuguesa.
(Jorge Amaral/Global Imagens)

 

Casou com Miguel Cristovinho em setembro de 2017, está grávida de 27 semanas, à espera um menino. Como tem sido a sua vida nestes últimos meses?

Não mudou nada. Está tudo igual, eu estou só um bocadinho maior! (risos) Não mudou mesmo nada. O casamento foi mais uma festa, foi a partilha do nosso amor com os nossos. A gravidez é uma fase da vida e estamos ansiosos para conhecer este rapazinho. Este pilas, como o Miguel diz. A única coisa que se acrescentou foi um sorriso maior nas nossas caras.

Foi uma gravidez planeada?

Não posso dizer que foi planeada, mas foi muito desejada. Soube que estava grávida numa manhã, muito cedo, porque ia apanhar um voo nesse dia. Estava sozinha, porque o Miguel andava em concertos e eu ia começar os meus. Liguei aos meus pais a contar. No momento em que fiz a chamada ficaram logo avós! Ficámos inundamos de felicidade, não houve nenhuma outra emoção que pudesse entrar na minha mente. Foi felicidade acima de tudo. Como queria contar ao Miguel pessoalmente, esperei três dias até estarmos juntos. Era uma notícia tão boa que ainda estava a delirar com toda a minha nova realidade. Na altura aproveitei o momento só para mim. Quando consegui estar com ele fiz-lhe uma surpresa e contei. Ele ficou felicíssimo!

O bebé já tem nome?

Sim, já tem nome, mas vai ser anunciado numa data especial. Posso é dizer que é um nome que já quero desde os meus dez anos de idade. Tínhamos muitas ideias, mas este pareceu-nos o certo e foi muito fácil chegar a consenso. Somos pessoas muito tranquilas. Se o Miguel não gostasse era tranquilo para mim, arranjávamos outro.

Esta é a sua primeira gravidez. Como está a viver esta experiência?

Tem sido maravilhoso. Aliás, a palavra certa é que tem sido muito natural. Recorro muitas vezes à palavra natural, porque dentro da naturalidade temos todas as emoções: felicidade, tristeza, angústia, prazer. E viver os meses de gravidez é passar por tudo e mais alguma coisa. É sentir as hormonas, sentir as emoções, tudo com muita paixão. É uma sensação incrível que passa muito depressa. É uma bênção toda a experiência de estar a criar uma vida humana dentro de mim. Ainda não me considero mamã, mas estou numa preparação prévia para saber o máximo possível, para ter o máximo de informação à qual depois vou recorrer quando ele nascer.

“Tem sido mais fácil do que estava à espera. Tinham-me falado que os primeiros três meses eram um martírio. Não passei por isso”

E estar grávida corresponde às expectativas que se vão criando ou nem por isso?

Tem sido mais fácil do que estava à espera. Tinham-me falado que os primeiros três meses eram um martírio. Não passei por isso. Os enjoos, as tonturas… para mim foi tudo tão natural, é algo que faz parte do processo de gestação. Aprendi com a minha gravidez que todas as mulheres são diferentes e todas as gravidezes são diferentes. As mães ficam pessoas um bocadinho mais territoriais, o que é ótimo e é muito natural, porque temos de nos proteger a nós próprias. Não sou pessoa de criar grandes expectativas e quando o bebé nascer gostava que fosse uma fase incrível, também com os momentos menos agradáveis, como o ficarmos privadas do sono. Quero tentar aproveitar isso. Sentir todas as emoções, sentir e viver tudo.

O parto é a fase que se segue. É um momento que a assusta?

Não, não me assusta nada. São momentos que podem ser difíceis, podem sublinho! Mas estamos a falar de um momento de felicidade. Apenas é um momento que pode vir a incluir dor. Não tenho medos, angústias ou ansiedades relativamente a isso. Estou nas mãos de um profissional espetacular e sei que ele vai fazer tudo para que seja o mais natural possível. E vou apreciar o máximo possível toda a aventura que vai ser o parto.

Mia Rose, cantora portuguesa [Fotografia: Jorge Amaral / Global Imagens]

A Mia Rose optou por realizar o processo de criopreservação, que consiste na recolha de células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical de recém-nascidos, logo após o parto e que permite tratar doenças que possam vir a desenvolver-se ao longo da vida – como leucemias, linfomas e anemias. Porque é que decidiu assim?

Eu já tinha ouvido falar desse processo, mas assim que fiquei grávida e contei às minhas amigas, foi um assunto muito abordado. Eu e o Miguel falámos sobre isso e vimos que era de extrema importância averiguar esta opção. Vimos qual seria o melhor sítio para fazer e foi aí que encontrámos a Bebé Vida. Para mim é a melhor escolha para a criopreservação. É a única empresa portuguesa reconhecida pela acreditação FACT Netcord, a maior distinção mundial que um laboratório de criopreservação de células estaminais pode obter. Fui lá, tive uma reunião, conheci o laboratório, que é algo que acho que eles fazem mesmo, ou seja, dão a possibilidade de os pais irem ver onde ficam as células estaminais preservadas. É uma decisão grande, todos sabemos que não é barato. Mas, para mim, nesta situação não se pode fazer um contrabalanço com o dinheiro. Porque isto é uma opção segura, é a única possibilidade de tratamento para certos problemas de saúde que podem surgir e ser bastante chatos. Mas é uma segurança, porque fazemos isto e ficamos seguros de que fizemos, ou pelo menos tentámos fazer, tudo e mais alguma coisa para prevenir problemas de saúde futuros. Por isso, foi uma decisão tão fácil de tomar. É que muitas vezes as pessoas podem pensar que o mal nunca nos acontece. Aliás eu pensava assim. Antes do meu irmão ter o acidente [de carro em 2012], pensava: ‘Ah isso nunca vai acontecer’, mas o ‘nunca vai acontecer’ é muito relativo. A partir do momento que tive um contacto com uma realidade um bocadinho mais traumática, passei a levar tudo um bocadinho mais a sério. Especialmente quando tem a ver com a saúde. E já me sinto uma boa mãe por ter tomado esta decisão.

“Os meus seguidores são pessoas muito respeitadoras e fantásticas. Tenho imensa sorte. Percebem que há aspetos da gravidez ou da minha relação com o Miguel que são mais intimistas e mais para os nossos”

Tem vindo a partilhar no YouTube e também nas suas redes sociais momentos como o anúncio do sexo do bebé ou o quarto que já o espera. Esta é uma forma de ajudar outras futuras mães e de se manter em contacto com os fãs ao longo da gravidez?

Acima de tudo, a minha partilha pretende sempre ajudar, no sentido de dar a conhecer as minhas escolhas ou de pelo menos as pessoas ficarem a saber da existência disto ou daquilo. Todas as pesquisas que fiz, desde quais os melhores brinquedos, às melhores chuchas, etc., foram com base no conhecimento e experiência de médicos, profissionais de saúde, mas também de mamãs. Se eu procuro, de certeza que há outras pessoas a procurar e se eu tenho uma plataforma em que consigo comunicar com outras futuras mamãs acho que é benéfico para elas. E também para mim, porque saber que a minha voz pode ajudar, nem que seja uma pessoa, é muito, muito bom e põe-me um sorriso enorme na cara. Claro que há coisas que são mais íntimas, mas nisso os meus seguidores são pessoas muito respeitadoras e fantásticas. Tenho imensa sorte. Percebem que há aspetos da gravidez ou da minha relação com o Miguel que são mais íntimos e mais para os nossos. Portanto, sim. Além de ser uma forma de estar mais perto dos meus seguidores, que são as pessoas mais importantes da minha carreira, também gostava de pensar que estou a ajudar a responder a necessidades de várias pessoas.

Presente no Youtube há uma década, viu o seu canal de YouTube, Little Mia Bug, ser nomeado e premiado na 2ª edição dos Blogs do Ano, na categoria Lifestyle. Como foi receber esse prémio?

Oh… Foi muito gratificante. Senti-me verdadeiramente lisonjeada. Fui das primeiras a criar uma conta no YouTube em Portugal, fui das pioneiras. Portanto, ser reconhecida dez ou 11 anos depois foi muito, muito bom e muito benéfico para mim. Orgulhei-me da minha equipa que me ajuda incessantemente em tudo o que quero fazer e que me apoia nas minhas aventuras. Não consigo dizer que recebi um prémio em nome singular, recebi em nome da minha equipa e foi um momento muito bom. Mesmo. E como já estava grávida ainda foi melhor: Ganhámooos! Aliás foi a minha primeira aparição depois de anunciar que estava grávida.

“Gostava de saber que se o meu filho um dia quiser usar o YouTube não vou privá-lo ou limitar nas suas paixões, (…). Depois lembramo-nos de coisas como o jogo Baleia Azul e isso assustou-me imenso”

Muito mudou relativamente ao YouTube nestes últimos dez anos. Tornou-se uma plataforma muito mais popular e cada vez mais adolescentes e até crianças querem ter um canal e ser youtubers. Como vê a evolução da plataforma onde lançou a sua carreira?

Vejo com bons olhos. Ainda me lembro que quando comecei falar do YouTube era tipo: ‘O que é isso? A sério que estás a fazer o YouTube como profissão?’, ‘Sim, estou’. Eu tinha que defender os meus direitos artísticos e criativos no YouTube, que na altura era a plataforma dofuturo, agora é A plataforma, ponto. Mas acho bom existir uma plataforma assim, um espaço onde as pessoas podem ser mesmo quem quiserem ser e usarem para fazer o que quiserem no mundo criativo. Sou muito apologista das crianças sentirem que têm essa liberdade de partilha e para muitas delas, se calhar um bocadinho mais fechadas e não tão sociais, o YouTube pode até ser uma forma de conhecer outras pessoas à volta do mundo que estão a passar pelo mesmo. Eu vejo a partilha como uma coisa boa. Gosto muito do conceito da partilha. Por isso vejo esta evolução com ótimos olhos e fico feliz que haja mais um olhar positivo para a palavra youtuber.

Mia Rose, cantora portuguesa [Fotografia: Jorge Amaral / Global Imagens]

E a exposição? Tanto enquanto utilizadora da plataforma, como no papel de futura mãe, como vê a exposição das crianças no YouTube?

Eu costumo dizer que tudo tem de ser feito com cabeça. Gostava de pensar que cada pessoa que usa o YouTube faz as coisas de acordo com os seus próprios valores morais e tendo em conta aquilo que é correto ou não. Mas…esta é uma questão complicada. Gostava de saber que se o meu filho um dia quiser usar o YouTube não vou privá-lo ou limitar nas suas paixões, mas evidentemente que há que fazer tudo com a consciência de que estamos a utilizar a plataforma pelo bem e não pelo mal. Depois lembramo-nos de coisas como o jogo Blue Whale (Baleia Azul) e isso foi algo que me assustou imenso. Mas acabamos com isto, vem outro, há logo um novo inimigo. Portanto, o essencial é os pais terem os cuidados mínimos com os seus filhos.

“Não há nenhum projeto programado para 2018 que tenha sido posto em pausa por causa do bebé”

2017 foi um ano em cheio para si. Lançou o seu primeiro álbum de originais, Tudo P’ra Dar, casou, engravidou. Como vai este 2018 a ter que conciliar uma nova fase da vida pessoal com a vida profissional?

Não vou ser uma mãe que vai abrandar, obviamente que vai haver uma altura em que vou estar mais parada por questões de saúde, de recuperação. Mas não há nenhum projeto programado para 2018 que tenha sido posto em pausa por causa do bebé. Há maneiras de fazer tudo com muita tranquilidade e ajuda. Graças a Deus tenho a minha mãe e o meu pai que são fantásticos, o pai do Miguel também é ótimo. Portanto, vou continuar a fazer concertos e já estou a planear o próximo álbum para setembro de 2018. Nada tem sido posto em causa.

Visto que esta gravidez está a ser uma boa experiência. Será para repetir?

(Risos) Um dia de cada vez. Eu não vou dizer ‘Não, é o único!”, mas quero saborear esta fase, não pensar tanto no futuro. Até porque eu nem sequer consigo pensar no futuro. Estou a lutar para que os pequenos grandes sonhos que eu tenho sejam concretizados a seis meses. Neste momento não consigo pensar além disso.

Percorra a galeria de imagens para reler partes da entrevista e ver algumas fotografias de Mia Rose.

[Fotografia de destaque: Jorge Amaral / Global Imagens]

Mia Rose: “Não dei muita atenção ao casamento porque este álbum é o meu bebé”

Mia Rose está grávida do primeiro filho