São 21h49. Passam 20 minutos da hora marcada para o segundo concerto de Carolina Deslandes no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Na plateia há miúdos e graúdos. Várias gerações de famílias inteiras que se juntaram este sábado à noite para vir ver a cantora de A Vida Toda.
Os músicos entram em palco, ocupam os lugares que lhes estão destinados e pegam nos instrumentos. Impacientes e despertas pela movimentação, as crianças perguntam aos pais: “Onde está a Carolina Deslandes? Não se está a ouvir nada.”
Pouco minutos depois, a tão esperada Carolina entra em palco a cantar duas músicas do seu segundo álbum, Carousel e Fuse. Começou a festa e a cantora promete a mesma energia da primeira noite, que teve lotação esgotada. Agir aparece de surpresa à terceira canção, Mountains, e acaba por cantar também Respirar, single lançado no ano passado e que conta com a participação de Diogo Piçarra.
Como que a dar as boas-vindas aos milhares de pessoas que tem à sua frente e a convidá-los para sua casa, a mãe de Santiago, Benjamin e Guilherme canta uma nova música à cappella. “Agora que já sabes da alegria e da desgraça, sê bem-vindo à minha alma, sê bem-vindo à minha casa.”
Do teto do palco do Coliseu começa a descer um candeeiro, um sofá, uma estante e uma moldura. Pormenores de um cenário da autoria da cenógrafa Mariana da Bernarda e que deram ao espetáculo o ambiente de uma verdadeira Casa, nome do terceiro e último álbum de Carolina.
Deste mais recente trabalho, a cantora começa por A Miúda Gosta, Aleluia e Éramos Nós Dois. É depois desta música que as lâmpadas do cenário que compõem a casa imaginária se acendem. Aqui, Carolina já agarrou o público. Prova disso são as vozes dos mais pequenos, que gritam: “És linda!” e “És fantástica!”
Derretida, Deslandes responde-lhes: “Não sei quem são estas pessoas pequeninas fofas que estão a gritar o meu nome, mas no final vou ter de vos morder as bochechas todas.” E arranca ao público a primeira de muitas gargalhadas da noite.
Depois de Avião de Papel, segue-se Adeus Amor Adeus. E como não existem casas felizes sem amigos, a jovem de 27 convida mais uma para cantar consigo, Raquel Tavares. “Não foram duas artistas que se juntaram aqui para cantar, foram duas amigas. É das pessoas mais humanas e altruístas que conheço. Espero acompanhar-te sempre para a vida toda”, diz a fadista, emocionada, antes de abandonar o palco.
Com Heaven, a cantora faz uma pausa no reportório de Casa e, a seguir, chama ao palco o companheiro, Diogo Clemente, que a acompanha, à guitarra, em Nos Teus Olhos, dedicada ao filho mais velho do casal, Santiago. Antes de Diogo abandonar o palco, há ainda tempo para Inquieta, uma música que Carolina Deslandes escreveu há apenas cinco dias.
“Temos tentado não fazer tantos filhos e fazer mais canções. Esta muito dificilmente será um single porque não tem refrão, mas é das que mais gostei de escrever”, explica Carolina Deslandes.
A partir daqui seguem-se mais três músicas com convidados. António Zambujo sobe ao palco para cantar Coisa Mais Bonita, Diana Castro, Irma Dali e Soraia Tavares cantam Não Desistas Já De Mim e Janeiro Nunca Vás Embora De Mim.
Assim que Janeiro sai do palco começa o momento mais emotivo da noite. Carolina Deslandes canta, pela segunda vez ao vivo, Nuvem, a música que fez em homenagem ao avô. “Esta canção fala de uma Carolina pequenina que gostava muito de dormir a sesta encostada às costelas do seu avô. Custa-me muito cantá-la, mas já que ele não pode estar nessas cadeiras, que esteja nas minhas palavras”, disse a cantora, visivelmente emocionada.
Para terminar o concerto, a cantora escolheu Circo de Feras, música dos Xutos e Pontapés com que fecha o álbum Casa, A Vida Toda e Não É Verdade, o single do primeiro trabalho, Carolina Deslandes, lançado em 2012.
O próximo concerto de Deslandes será dia 29 de março, no Coliseu do Porto. Espera-se mais um espetáculo que tem tanto de emocionante como de divertido, com a jovem mãe a contar as histórias e peripécias da sua vida e das suas canções.
Clique aqui e siga-nos no Instagram
Veja como Carolina Deslandes responde às críticas sobre o seu corpo
