A cada período do relacionamento, um objetivo. Afinal, nem as relações, muito menos as famílias permanecem imutáveis ao longo dos anos. Pelo contrário, o quotidiano, as tarefas e os objetivos de todos vão mudando num xadrez que exige permanente reajuste. “As famílias são como organismos vivos, com uma teia relacional que os unifica”, explica a psicóloga clínica e psicoterapeuta infantijuvenil Inês Afonso Marques.
Na recente obra editada e que procura abordar os malefícios da superproteção dos pais [Crianças Confiantes, Crianças Capazes, da editora Manuscrito], a coordenadora infantojuvenil da Oficina da Psicologia elenca o que os progenitores devem ou não fazer, erros a evitar, mas deixa clara também a importância de os casais encontrarem um desafio comum nas diferentes fases da vida que constituem.
Veja abaixo a lista de prioridades por tipos de família:
Casais sem filhos: Estabelecimento de uma relação conjugal mutuamente satisfatória e preparação para a parentalidade (eventualmente se for esse desejo)
Famílias com recém-nascidos: Ajustamento às exigências de desenvolvimento de uma criança dependente
Famílias com crianças em idade pré-escolar: Adaptação às necessidades e aos interesses das crianças no sentido da sua estimulação e promoção do desenvolvimento
Famílias com crianças em idade escolar: Assumir responsabilidades com crianças em meio escolar, relacionamento com outras famílias na mesma fase
Famílias com filhos adolescentes: Facilitar o equilíbrio entre liberdade e responsabilidade, partilha desta tarefa com a comunidade, estabelecimento de interesses pós-parentais
Famílias com jovens adultos: Permitir a separação e o ‘lançamento’ dos filhos no exterior, com rituais e assistência adequada, manutenção de uma base de suporte familiares
Casal de meia idade (ninho vazio): Reconstrução da relação de casal, redefinição das relações com gerações mais velhas e mais novas
Envelhecimento: Ajustamento à reforma, aprender a lidar com as perdas e a viver sozinho.