Caso Epstein: Mais três mulheres avançam com processo

Jeffrey Epstein num cartaz do FBI - Reuters

Três mulheres avançaram, esta terça-feira, 20 de agosto, com um processo visando o fundo patrimonial de Jeffrey Epstein, por alegados abusos sexuais que terão sofrido da parte do financeiro americano. Os casos, acusam, terão ocorrido antes e depois do controverso acordo que Epstein conseguiu, em 2007, e que o livrou de um processo federal por crimes sexuais.

Recorde-se que a 6 de julho deste ano, o milionário, de 66 anos, tinha sido detido, acusado dos crimes de abuso e tráfico sexual de menores, ficando em prisão preventiva a aguardar julgamento. Epstein acabou por cometer suicídio, a 10 de agosto, antes de o caso chegar a tribunal.

Desde a sua morte surgiram novos processos em tribunal por abusos sexuais que terá cometido. Segundo o The Guardian, são pelo menos cinco os novos casos. A estes poderão ainda vir a juntar-se outros, em França.

Dadas circunstâncias que tornaram inviável a sua acusação, e possível condenação, as queixas são feitas contra o fundo patrimonial deixado pelo milionário. Além disso, e apesar de os procuradores americanos terem decidido deixar cair as acusações contra Epstein, na sequência da sua morte, mantêm em aberto a hipótese de avançarem com acusações contra outros que terão sido cúmplices e facilitado os abusos contra dezenas de raparigas.

A morte de Epstein antes do julgamento levou muitas das suas alegadas vítimas, agora mulheres adultas, a manifestarem-se zangadas e defraudadas, considerando que o seu suicídio o libertou de ser responsabilizado pelos seus atos. Dias depois de ser conhecida a morte de Epstein, o governo francês pediu uma investigação a possíveis crimes do milionário norte-americano, em França.

Suicídio envolto em suspeitas

Os resultados da autópsia realizada a Jeffrey Epstein confirmaram que se suicidou por enforcamento na prisão, em Nova Iorque. O anúncio foi feito pelas autoridades norte-americanas, no passado sábado, 17 de agosto.

Epstein tinha sido encontrado morto na sua cela do Metropolitan Correctional Center, em Manhattan, uma semana antes, e os resultados da autópsia parecem afastar as hipóteses levantadas de que teria sido assassinado.

Após “um exame meticuloso de todas as informações, incluindo dos resultados completos da autópsia” o médico legista de Nova Iorque confirmou, num breve comunicado divulgado na sexta-feira, que a morte foi provocada “por suicídio usando o enforcamento”.

Os advogados de defesa de Jeffrey Epstein, 66 anos, já anunciaram que não estão satisfeitos com estes resultados, e vão realizar um inquérito por conta própria às circunstâncias da morte do milionário envolvido num escândalo de dimensão nacional.

Fontes anónimas citadas pelo jornal norte-americano New York Times indicaram que o multimilionário, acusado de ter organizado uma vasta rede de exploração sexual de jovens, algumas delas com apenas 14 anos, terá aparentemente usado os seus lençóis para acabar com a própria vida.

No entanto, foram levantadas suspeitas de assassinato, já que a prisão federal de Manhattan é considerada uma das mais seguras dos Estados Unidos, e foram avançadas várias teorias da conspiração.

Algumas delas insinuam que terá sido morto para não falar sobre as numerosas personalidades conhecidas que terão usado aquela rede de abusos sexuais de menores, alegadamente desde o príncipe André a Bill Clinton.

com Lusa

 

Morte de Epstein não encerra caso de abusos a raparigas e investigação chega a França