Em 2018, os casos chegaram a seis tribunais de trabalho. Dois anos depois já eram 16 e só no primeiros semestre deste ano já vai em dez juízos os que reportam acusações desta natureza. Estes são os números de casos interpostos por trabalhadoras contra patrões que têm por base a demissão alicercada na menopausa. Exatamente, a menopausa.
A contabilidade é apresentada pelas entidades britânicas ao jornal The Guardian e soma as acusações de mulheres contra patrões, citando a menopausa como argumento para a invalidez no local de trabalho ou demissão injusta e discriminação sexual direta. Tal significa que as mulheres demonstram estar cada vez mais capacitadas para desafiar os patrões nesta questão feminina.
“As mulheres que trabalham nas grandes empresas já estão a criar os seus próprios grupos internos de apoio à menopausa. Se estes sentem falta de apoio por parte dos Recursos Humanos, então pode haver um problema real”, afirmou ao mesmo diário britânico Dee Murray, fundadora da entidade Menopause Experts e que tem vindo a coordenar a recolha destes dados judiciais.
“Este aumento dramático no número de ações em Tribunais do Trabalho que citam a menopausa mostra como as mulheres se estão a começar a defender de chefias desatualizadas e mal informadas A falta de educação é perigosa para a saúde das mulheres e injusta para suas carreiras”, referiu a mesma responsável, que acrescenta: “Ouvimos regularmente histórias de terror sobre como as mulheres são discriminadas na força de trabalho e, infelizmente, a menopausa é uma área em que os empregadores continuam a errar”, afirmou.