Catarina, A Grande: A segunda rainha de Helen Mirren já tem trailer

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Hellen Mirren na pele de Catarina, a Grande para a minissérie da HBO [Fotografia: Divulgação]

Em 2007, Helen Mirren ganhou o Oscar de Melhor Atriz com o filme A Rainha, tendo vestido a pele de Isabel II de forma absolutamente brilhante. Em 2019, a inglesa volta ao ecrã para dar corpo a outra rainha: Catarina, a Grande. A outrora Isabel II será a protagonista de uma minissérie com o mesmo nome.

Apesar de não ser revelada a data de estreia, esta produção televisiva histórica já tem trailer, e pode ser visto abaixo.

Além de encarnar a imperatriz russa, Mirren teve também um papel na produção da série que já acabou de ser gravada e será transmitida na HBO (ainda não se sabe se esta série chegará a Portugal). A história tem apenas quatro episódios e centra-se no relacionamento entre Catarina, a Grande, e Grigory Potemkin, interpretado por Jason Clarke.

Esta foi apenas uma das muitas relações amorosas da imperatriz, mas uma das mais importantes já que teve lugar num período de grande expansão do Império Russo. Potemkin teve um papel muito importante na forma como Catarina reinou, não só durante o tempo em que partilhou a cama com a regente, mas também depois de se separem. Os outrora amantes mantiveram um forte laço de amizade e confiança, existem no entanto suspeitas, possivelmente fomentadas pelas línguas viperinas do século XVIII, que o casal mantinha encontros amorosos partilhados com outros amantes de Catarina.

Os encantos desta Catarina de sangue alemão, que nasceu na Polónia em 1729 e acabou a vida reinar a Rússia, vão muito além das suas façanhas como sedutora: a ambição desmedida, a inteligência, cultura, punho de ferro muitas vezes cruel e amor pelas artes fizeram dela uma das mulheres mais controversas da História.

Da alcova para o trono

Sophie Friederike Auguste von Anhalt-Zerbst era o nome de nascença daquela que foi uma das mulheres mais poderosas do século XVIII. Um nome que tem em cada letra traços do sangue alemão de Catarina, e que rapidamente se perdeu na História quando, em 1744, a futura imperatriz chega à Rússia e é rebatizada de Catarina Alekseyevna, um nome à altura do título de grã-duquesa.

Então com 15 anos, Catarina casou-se com o herdeiro do trono russo: Karl Ulrich, que viria a ser grã-duque Pedro. Um casamento infeliz, repleto de traições e desconfianças. 18 anos de matrimónio que resultaram apenas num herdeiro, Paul, que Pedro desconfiava, e os historiadores também, que não fosse seu filho. Só durante o casamento a imperatriz teve três amantes conhecidos e, depois da morte do marido, que tudo indica ter tido dedo desta viúva, muito mais se somaram à lista.

Os grão-duques estavam longe de ser um casal perfeito, e nem de fachada o conseguiam ser. Quando Pedro se tornou imperador apressou-se a retirar a Rússia da ‘Guerra dos Sete Anos’, uma decisão que não agradou a todos. Ao mesmo tempo, ele preparava-se para se ver livre da mulher com quem se mantinha casado a contragosto.

Mas antes de ser atacada, Catarina atacou. Em 1762, Catarina proclamou-se imperatriz da Rússia com o apoio do do tribunal, da opinião publica e da elite russa e do exército de São Petersburgo, onde estava o amante Grigory Orlov – apesar de muito rodada, a alcova de Catarina era bastante diplomática e bem frequentada. O grã-duque Pedro viu-se obrigado a abdicar do trono, mas, não fosse o malandro mudar de ideias, alguém fez a ‘gentileza’ de lhe pôr fim à vida oito dias passados do golpe.

As Rainhas “Magas” de Portugal

Enquanto regente esta mulher determinada ficou conhecida pela expansão do Império Russo, com a anexação da Crimeia, Bielorrússia e Lituânia. Mas também com a astúcia de fazer redesenhar a fronteira da Polónia por três vezes para que o Império conseguisse alcançar a Europa central. É nesta época determinante para a História que se passa a mini-série que terá como protagonista Helen Mirren.

Além da arte de mapear novos horizontes, Catarina dominava outras artes, das que integram os currículos das escolas de Belas-Artes, de que era patrona e colecionadora, e das ligadas ao intelecto: durante 15 anos trocou cartas com Voltaire e, em 1764, criou um guia para a educação das jovens nobres.

Margarida Brito Paes

Imagem: DR HBO

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