Fui alvo de assédio sexual em diferentes situações, por parte de três pessoas com cargos hierárquicos superiores a mim, no início da minha carreira. A frase é de Catarina Furtado, apresentadora da RTP, e refere-se ao assédio de que foi vítima no início do seu percurso profissional. Uma denúncia pública à qual o rosto da estação pública volta em declarações ao Expresso e dois anos depois de o ter feiro pela primeira vez.
Não revela nomes, mas fala exatamente da desproporção de poder entre agressor e vítima. “Eu era muito nova, estava no início da minha carreira quando fui assediada e contornei a situação, fingindo que não era nada comigo. Fui esquiva, descartando a possibilidade de acontecer alguma coisa”, explicou. A apresentadora não terá sido categórica num ‘não’ formal aos agressores e terá permitido que nada acontecesse. Porém, hoje tudo seria diferente até pelo empoderamento que tem e sente.
No entanto, a apresentadora vinca que “muitas raparigas e mulheres” vêem os seus empregos ameaçados. “É particularmente grave quando o assédio vem de alguém com mais poder e compreende-se o medo que as mulheres sofrem nestas circunstâncias”, acrescenta ao mesmo semanário.