O centenário do nascimento do escritor português José Saramago só acontecerá em 2022, mas as celebrações começam esta terça-feira, 16 de novembro, um ano antes, com um programa cultural internacional em torno do Nobel da Literatura.
A sessão de abertura acontecerá esta terça à noite no teatro municipal São Luiz, em Lisboa, onde a escritora espanhola Irene Vallejo lerá um Manifesto pela Leitura, seguindo-se um concerto pela Orquestra Metropolitana de Lisboa.
Na Azinhaga, a aldeia ribatejana onde o escritor nasceu, será plantada uma árvore, a 99.ª de uma centena de oliveiras que a Fundação José Saramago decidiu plantar na localidade ao longo dos últimos dois anos.
A cerimónia contará com a presença do primeiro-ministro, António Costa. Já a ministra da Cultura, Graça Fonseca, associa-se à abertura das comemorações com a colocação de um ramo de flores onde estão depositadas as cinzas do escritor, junto a uma oliveira em frente à Fundação José Saramago, em Lisboa.
Esta terça, durante o dia, alunos de mais de uma centena de escolas portuguesas, mas também estudantes em Espanha, Brasil e outros países da América Latina, vão fazer uma leitura, em simultâneo, do conto A Maior Flor do Mundo.
Estão ainda previstas atividades na Rede de Bibliotecas José Saramago, nomeadamente uma leitura encenada de O Ano da Morte de Ricardo Reis, em Loures, a inauguração de uma exposição em Almada e a inauguração de um mural em Leiria.
Consolidar a presença do escritor na história cultural e literária, em Portugal e no estrangeiro, e prestar homenagem à sua figura como cidadão são objetivos das comemorações, cujas “linhas gerais” foram anunciadas em junho passado pelo comissário da iniciativa, Carlos Reis, e pela presidente da fundação, Pilar del Río.
Do programa comemorativo sabe-se ainda que contará com a edição de uma fotobiografia, cinco conferências comissariadas pelo escritor argentino Alberto Manguel, um Colóquio de Estudos Saramaguianos no Brasil, a edição de uma moeda comemorativa e um ciclo de cinema pela Cinemateca Portuguesa.
O regresso da ópera Blimunda, de Azio Corghi e José Saramago, pelo Teatro Nacional de São Carlos, e a estreia do espetáculo de teatro de rua A Passarola, pelo Trigo Limpo Teatro ACERT, também constam da programação.
A 16 de novembro de 2022, uma centena de escolas do ensino secundário promoverão a leitura, em simultâneo, de páginas dos romances Memorial do Convento e O Ano da Morte de Ricardo Reis. No próximo ano, neste dia, será plantada a centésima oliveira na Azinhaga. A programação do centenário pode ser consultada aqui.
Lusa