Celebridades exibem véus. Mas será que queremos mesmo isto?

Onde está, Madonna faz-se notar. As escolhas estéticas que a rainha da Pop toma para comparecer aos momentos da música e da moda dão sempre que falar. E este sábado, 21 de setembro, foi ainda mais ruidosa: compareceu na primeira fila do desfile da marca de luxo Dolce & Gabbana, na semana da moda de Milão, coberta dos pés à cabeça por um véu translúcido de renda.

A estrela mundial foi a presença de luxo de um desfile que evocou a estética dos corpetes com copas cónicas, um exercício de sensualidade extrema e que abalroou todos – tal o atrevimento e atração – nos anos 90 do século passado e que a própria Madonna protagonizou. Recorde-se que Domenico Dolce e Stefano Gabbana têm trabalhado a cantora e compositora desde que fizeram os figurinos para a tournée de 1993, The Girlie Show.

Agora, nesta coleção para a primavera/verão de 2025, da emblemática dupla D&G, presta-se “homenagem a uma figura feminina icónica e poderosa“. Uma clara evocação a Madonna, ainda que velada, e a rainha da Pop parece ter levado o caso à letra.

 

Mas o que se passa com os véus, cada vez mais presentes na moda ocidental, quando são uma luta de vida ou de morte do outro lado do planeta?

Na verdade, esta peça tem-se multiplicado nos eventos públicos e nas passadeiras vermelhas em apenas quatro meses. A 6 de maio, Lana Del Rey apostava num véu numa gala que parecia estar a querer começar a enterrar as transparências. Subordinada ao tema das fadas e com dress code a pedir a invocação do conto distópico de Ballard, Jardim do Tempo, Lana Del Rey escolheu galhos e véu para comparecer à gala do Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque, recriando uma peça icónica do malogrado designer Alexander McQueen, de 2006.

Já depois do verão, a 12 de setembro, os Video Music Awards também pareciam ter palco para esta aposta: as cantoras e compositoras Anitta e Camila Cabello fizeram esta escolha, embora não necessariamente cobrindo o rosto. Contudo, não foram as únicas.