Cesariana “natural”, uma nova forma de nascer

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O conceito é equívoco, mas a cesariana natural está prestes a ser tornada a norma de alguns hospitais do sistema nacional de saúde do Reino Unido. Em que consiste? Na diminuição da intervenção médica do parto via incisão. Ou seja, continua a existir o corte na zona pélvica mas a extração do bebé é feita mais lentamente, quase ao ritmo do parto natural.

A ideia desta técnica obstétrica foi desenvolvida por vários especialistas, que defendem a importância de imitar a natureza pela necessidade do contacto precoce pele com pele entre mãe e bebé e também pelo processo progressivo do nascimento – ambos tidos como benéficos para o bebé. Um estudo publicado no BJOG An International Journal of Obstetrics and Gynaecology, dos Estados Unidos a América, sustentava em 2008 o desenvolvimento desta forma de nascer médica, mas menos medicalizada, como uma maneira de a aproximar aos protocolos do nascimento via vaginal, tido como o mais benéfico para mães e bebés.


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O bebé que nasce por cesariana “natural” fica no útero depois da incisão ser feita no ventre da mãe. Nessa altura a cortina cirúrgica é removida de forma a que a mãe possa ver o trabalho de parto. A cabeça é puxada para fora lentamente e espera-se que desde esse momento o bebé inicie os movimentos naturais para conseguir sair por completo. Para essa extração devem concorrer também as contrações da mãe. Uma vez cá fora, o bebé é colocado sobre a pele nua da mãe por quatro minutos. O corte do cordão umbilical também é retardado, de forma a dar ao bebé todo o sangue oxigenado e com ferro presentes ali no momento do parto.

A cesariana “natural” é proposta apenas a mulheres com gravidezes saudáveis e a partir das 37 semanas. Depois de ter sido praticado em hospitais como o Queen Charlotte e o Chelsea Hospital em Londres, vai ser alvo de um estudo detalhado sobre a saúde do bebé no nascimento e puerpério no Hospital Universitário de Londres.