Christine Lagarde demite-se do Fundo Monetário Internacional

Lagarde
Christine Lagarde [Fotografia: Reuters]

Christine Lagarde apresentou a demissão do cargo de diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), com efeito a 12 de setembro, e o Conselho Executivo aceitou o pedido, elogiando a sua “excecional” administração e liderança “inovadora e visionária”.

“Reuni-me hoje com o Conselho Executivo e entreguei a minha demissão com efeito a partir de 12 de setembro de 2019″, informa Christine Lagarde num comunicado emitido esta terça-feira, 16 de julho.

A antiga atleta e a mãe de sete. Lagarde e Ursula, as mulheres para a difícil Europa

E se Lagarde parece já ter este capítulo encerrado, numa altura em que está indicada para o Banco Central Europeu (BCE),Ursula Von der Leyen parece estar a ter um dia mais complicado no Parlamento Europeu. As votações para a sucessão a Jean-Claude Juncker ameaçam ser complicadas, à semelhança do que tinha sido o processo de indicação à presidência da Comissão Europeia.

Lagarde já tinha renunciado às suas funções de diretora-geral do FMI, mas não tinha ainda apresentado demissão do cargo. “A renúncia das minhas responsabilidades como diretora-geral anteriormente anunciada vai continuar em efeito até lá”, indica Lagarde, acrescentando que, “agora, com maior clareza sobre o processo” da sua nomeação para presidente do Banco Central Europeu “e o tempo que levará”, tomou a decisão de se demitir no “melhor interesse do Fundo”, uma vez que “acelerará o processo de seleção” do seu sucessor.

Na sua página no Twitter, Christine Lagarde indica que “tem sido um privilégio servir” os 189 países membros do Fundo.

Por seu turno, o Conselho Executivo do FMI indica, numa nota, que com esta decisão de Christine Lagarde irá “iniciar prontamente o processo de seleção do próximo diretor-geral” e dará mais informações “oportunamente”. No comunicado, o Conselho Executivo indica também que tem “a máxima confiança” em David Lipton, que permanece como diretor interino do FMI.

O Conselho Executivo expressa ainda a sua “maior gratidão por tudo” o que Lagarde fez pela instituição, frisando que o “seu legado de feitos deixou uma marca duradoura no Fundo” e acrescentando que, sob a sua direção, “o Fundo ajudou com sucesso os seus membros a enfrentar um conjunto de desafios complexo e sem precedente, incluindo o impacto da crise financeira global e os seus efeitos”.

Mesmo de saída, Merkel e May são as mais poderosas do mundo

“A sua administração tem sido excecional e estamos gratos pela sua liderança inovadora e visionária“, diz o Conselho Executivo do FMI. No início do mês, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) chegaram a acordo sobre as nomeações para os cargos institucionais de topo, designando Christine Lagarde para a presidência do BCE, sucedendo ao atual presidente, Mario Draghi, cujo mandato termina em 31 de outubro.

CB com Lusa

Imagem de destaque: Reuters

Ursula von der Leyen quer paridade na Comissão Europeia