Ciência revela a idade a partir da qual se é adulto

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Para quem acreditava que fazer 18 anos era o passaporte que permitia entrar na idade adulta, pois bem, não é bem assim. De acordo com um novo estudo, desenvolvido pela Universidade de Cambridge, somos adultos bem mais tarde do que poderíamos inicialmente acreditar e tal só tem lugar quando se completam 30 anos.

Peter Jones, professor daquela instituição de ensino, contou recentemente que “a idade em que nos convertemos em adultos é diferente para cada um”, afirma a BBC. O nosso cérebro está sempre em alteração e não há nenhuma barreira que se ultrapasse e se diga que, efetivamente, deixámos para trás os tempos de adolescência.

Mas ainda que dependa de pessoa para pessoa, a ciência aponta para uma idade específica: 30 anos será o quanto basta para que passemos ao ‘estado adulto da vida’. Declarações proferidas no âmbito de um encontro de neurociência organizado pela Academia de Ciências Médicas de Oxford.

Fatores que mostram que a adolescência ficou para trás

As funções de tomada de decisões e de conhecimento da nossa personalidade situam-se no lóbulo frontal do nosso cérebro. Esta zona, de acordo com um estudo desenvolvido pela Universidade de Huelva, “é a última parte do cérebro a ficar completamente madura e formada”. A neurocientista da Universidade de Harvard, Leah Somerville, afirmou ao jornal The New York Times que é nesta mesma parte do cérebro que “surgem constantes novas conexões até aos 30 anos e, até, mais tarde”.

“Os adolescentes fazem as coisas tão bem quanto os adultos, nas provas de cognição”, comentou o psicólogo Carl Zimmer, no mesmo artigo. “Mas há emoções fortes que podem cair a pique. O problema é que os adolescentes ainda não desenvolveram um sistema cerebral forte que mantenha as emoções controladas, e isto pode demorar muito tempo a amadurecer“, continuou o especialista.

À revista S Moda, o psicólogo Guillermo Fouce explicou que a parte da psicologia social está intrinsecamente ligada às condições vitais de cada pessoa: “Sentirmo-nos ou não adultos terá que ver com toda a cultura e com forma de vida de cada um”, continua.

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Deixamos de ser jovens e passamos a ser adultos quando somos independentes – mas não nos podemos esquecer que falamos de meras criações culturais. Antes passávamos de crianças a adultos diretamente”, recorda o especialista. “Durante a adolescência ainda não sabemos quem somos, estamos à procura da nossa identidade. A capacidade de pensarmos por nós mesmos, a determinação de querer ser ou fazer algo, são coisas que condicionam a nossa maturidade psicológica”, termina.

Aspetos que nos mostram que somos adultos

Há vários indicadores que nos mostram que alcançámos a maturidade, afirma a psicóloga Raquel Aldana, também à revista S Moda. O primeiro, revela a especialista na publicação, é o autoconhecimento – saber ver o que sentimos e pensamos – depois, vem a empatia – sem que a emoção nos tolde a vista -, saber ficar em paz sem nos castigarmos a nós mesmos quando cometemos erros, ter mais abertura emocional ou saber atuar face a adversidades, com determinação.

Para Guillermo Fouce, estas atitudes “apenas se adquirem com prática durante a vida. E nesse sentido, a independência tem um papel fundamental: se não temos situações para nos desenrascarmos sozinhos, então não podemos alcançar esta maturidade. Viver na casa dos pais não é igual a viver sozinho e ter que tomar conta de tudo”, afirmou.

Além do mais, tal como o próprio especialista Guillermo Fouce afirma, os 30 são os novos 20, até porque, atualmente, “atrasaram-se várias etapas da vida e prolongou-se a esperança média de vida”, rematou.

Por isso, já lá vai a desculpa de que ‘tenho 18 anos, sou adulto’. Afinal, temos que esperar bem mais tempo para que o nosso cérebro se torne maduro o suficiente para tal designação.

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