Cientistas descobrem clitóris em cobras fêmeas pela primeira vez

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[Fotografia: Pexels/Jan Koprïva]

Há décadas que o pénis das cobras, o hemipénis, tem vindo a ser estudado, sendo por vezes bifurcados ou com presença de pequenos espigões, mas o órgão sexual da fêmea permanecia um mistério.

Porém, um estudo publicado nesta quarta-feira, 14 de dezembro, na publicação Proceedings of the Royal Society B vem deitar por terra a rotulagem incorreta de que as cobras eram intersexuais.

De acordo com o que descreve o estudo liderado pela doutoranda, bióloga e investigadora Megan Folwell, as cobras apresentam dois clitóris individuais – hemiclitoris – separados por tecido e escondidos na parte inferior da cauda. O órgão de parede dupla é composto por nervos, colágeno e glóbulos vermelhos e que, pela composição, correspondem a tecido erétil.

“Sei que [o clitóris] está em muitos animais e não faz sentido que não esteja presente em todas as cobras”, afirmou a investigadora australiana citada pela estação pública BBC, revelando que começou com o estudo de uma víbora da morte e encontrou o clitóris – uma estrutura em forma de coração – localizada perto das glândulas odoríferas, usadas para atrair parceiros sexuais.

A equipa já investigou e dissecou nove espécies de cobras e em todas encontrou hemiclitoris que variavam em tamanho e eram distintos entre si.