Cientistas fazem descoberta importante sobre o envelhecimento e podem vir a retardá-lo

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[Fotografia:RODNAE Productions/ Pexels]

Uma equipa de cientistas fez uma descoberta importante no que ao envelhecimento e que passa mais pelos processos relativos ao epigenoma do que pelos genes. Parece confuso? Bom, a explicação mais sintética indica que pode residir não sobre a sequência de ADN mas sobre as instruções que lhes são dadas

Na revista Cell foi publicado um estudo da responsabilidade do professor de genética David Sinclair e o codiretor do Paul F. Glenn Center for Biology of Aging Research da Harvard Medical School, que descreve um relógio de envelhecimento inovador que pode acelerar ou reverter o envelhecimento de células.

Sinclair concentrou-se no epigenoma que é o responsável pela transformação das células de pele e cerebrais. No seu estudo, o professor e a sua equipa descobriram que estes podem não só envelhecer como reverter os efeitos do envelhecimento em ratos e restaurar alguns sinais biológicos de juventude nos animais.

Essa reversibilidade é um forte argumento para concluir que os principais impulsionadores do envelhecimento não são as mutações do ADN, mas os erros nas instruções epigenéticas.

No ratos usados para o estudo, Sinclair e a sua equipa criaram uma forma de reiniciar as células e fazer uma cópia de backup das instruções epigenéticas apagando os sinais corrompidos que levam as células ao envelhecimento.

Esta reiniciação surgiu na forma de terapia genética que envolve três genes que instruem as células a se reprogramarem. No caso dos ratos as instruções estão ligadas a mudanças epigenéticas que definiam a sua identidade como, por exemplo, células renais e da pele. Os genes vieram do conjunto dos chamados fatores de células-tronco de Yamanaka. De notar que Yamanaka, em 2006, descobriu um conjunto de quatro genes que podem fazer regredir o relógio das células adultas ao seu estado embrionário.

Mas como Sinclair não queria apagar completamente a história epigenética das células usou apenas três dos quatros fatores e retrocedeu o relógio em cerca de 57%.

Contudo, a dúvida que se manifesta é: Será que o processo funcionará em humanos? Esse será o próximo passo do geniticista e da sua equipa que já estão a fazer experiências em primatas.