CIG diz que licenças de maternidade só aumentam quando as dos pais forem alargadas

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“Só se aumentará as licenças de maternidade para a mãe quando houver alargamento para o pai”, afirma Teresa Fragoso. A presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) declarou que se pretende que os pais se envolvam mais nos cuidados aos recém-nascidos, a par das mães. Ao Delas.pt, não são reveladas datas ou medidas em concreto, mas recorde-se que corre a intenção de tornar obrigatória a quarta semana de licença parental – até agora facultativa -, uma medida que está em discussão no âmbito de concertação social desde 2018. As mães têm atualmente seis semanas obrigatórias.

 

Queremos masculinidades cuidadoras”, reiterou a responsável no âmbito do debate Mulher, Hoje, que está a ser promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, esta terça-feira, 12 de fevereiro, na Aula Magna, em Lisboa. Mesmo não avançando dados de calendarização, Teresa Fragoso crê que esta possibilidade pode ainda ficar decidida “nesta legislatura”, que termina em setembro deste ano.

Uma em cada três portuguesas sente-se infeliz com a vida

No âmbito do mesmo debate, a socióloga Ana Nunes de Almeida lembrou que as licenças de parentalidade a 50% com as mães “é uma questão de direitos humanos”. A socióloga Anália Torres pediu a mesma medida e completou: “É uma questão essencial, é muito importante que pais e mães usufruam destes direitos em nome das referências para filhos e relações futuras entre homens e mulheres”.

Em matéria de violência doméstica, esta mesma especialista do CIEG/ISCSP pediu aos homens que “se cheguem à frente e digam: ‘não somos aqueles bárbaros’. Anália Torres pede: “A palavra tem que ser dada aos homens, devem demarcar-se de situações de barbaridade e dar o seu contributo positivo”.

Expectativa de maternidade e catolicismo

Laura Sagnier, que coordenou o estudo sobre a felicidade, a vida, a família e o trabalho das mulheres portuguesas, vincula as expectativas da maternidade à religião, comparando as portuguesas às espanholas.

“A idealização da maternidade nas portuguesas é muito maior do que em Espanha. Há uma relação sobre o quão se valoriza a maternidade e se se é católica, ateia ou agnóstica”, revelou a especialista na mesma conferência. E concluiu: “A expectativa de maternidade está relacionada com o catolicismo. Em Espanha, a percentagem de agnósticos e ateus é maior do que em Portugal.”

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