As mulheres são responsáveis por um terço do consumo de pornografia homossexual masculina. A estatística é do site pornográfico PornHub, e deu origem ao estudo de Lucy Neville, professora na Universidade de Leicester, no Reino Unido.
A investigação foi publicada, este mês, em livro – disponível online e com o sugestivo título ‘Girls Who Like Boys Who Like Boys’ (‘Raparigas que gostam de Rapazes que gostam de Rapazes’) – no qual Neville explica as razões que levam as mulheres heterossexuais a preferirem ver pornografia entre dois homens do que entre um homem e uma mulher e como isso reflete a sua perceção de género e sexualidade.
Lucy Neville entrevistou mais de 500 mulheres para a sua investigação e concluiu que uma das razões que as leva a trocar a pornografia heterossexual pela homossexual tem a ver com o facto de a primeira “se focar no corpo da mulher”, sem se preocupar em mostrar suficientemente o corpo do homem.
Citada pelo canal americano NBC, a investigadora refere que “a pornografia gay dá a oportunidade de olhar para o corpo masculino e para a beleza masculina, para a expressão facial masculina quando é atingido o orgasmo”.
Por outro lado, a professora da Universidade de Leicester, identificou um sentimento generalizado, entre as entrevistadas, de que ao verem pornografia heterossexual, sentem que os atores masculinos participam nos filmes porque gostam do sexo e sentem que as atrizes podem não estar a ter o mesmo prazer, com as consequentes dinâmicas de género que isso pode refletir.
Mas há outras razões para as mulheres preferirem ver pornografia homossexual masculina, segundo a investigadora. Observações que pode ver abaixo e que devem fazer pensar.
A pornografia heterossexual objetifica as mulheres e, na maior partes das vezes, elas parecem não estar a a tirar prazer da relação sexual.
Esta exibe mais a “beleza do corpo masculino” e a expressão do prazer dos homens quando atingem o orgasmo.
As mulheres tendem a considerar os filmes pornográficos homossexuais mais versáteis que os heterossexuais, mais excitantes e nos quais os parceiros experimentam e negoceiam mais.
Mais de metade das entrevistadas (55%) pela investigadora Lucy Neville admite gostar de ver pornografia porque conseguem imaginar-se no lugar dos homens.
Para estas mulheres, é importante que a pornografia que consomem respeite certos limites éticos, considerando a pornografia heterossexual exploradora.