A história recente está marcada pela forte e preocupante poluição marítima e ambiental. Aliás, este tema despertou a opinião pública de uma forma que até então poucas vezes se tinha visto. E ainda que os passos de quem rema contra a maré sejam “de bebé”, a verdade é que aos poucos lá se vai fazendo um caminho contra a ameaça do plástico – e não só.
Will McCallum é o responsável pelos Oceanos da Greenpeace do Reino Unido e é ele que tem estado “no coração do movimento antiplástico dos últimos três anos“, tal como descreve a biografia do seu mais recente livro «Viver sem plástico: um guia para mudar o mundo e acabar com a dependência do plástico».
No prefácio da obra, o ambientalista explica que nos últimos anos tem havido uma pergunta que se salienta de todas as outras: “O que é que posso fazer para ajudar?“. E algumas das respostas estão nas páginas deste seu livro. Sabia que alguns tipos de plástico podem demorar séculos a decompor-se? E que, todos os anos, 13 toneladas de plástico são largadas nos oceanos, matando mais de um milhão de aves e 100 mil mamíferos marinhos?
A estimativa é a de que em 2050 o peso do plástico nos oceanos seja superior ao peso dos peixes que neles habita. Consegue imaginar este cenário? A grande pergunta impõe-se: como é que podemos fazer a diferença?
A pensar neste dilema, o ambientalista escreveu uma obra detalhada onde explica, passo a passo, como pode acabar com o consumo de plástico na sua vida diária. Mas, para começar, apresentamos as suas cinco medidas fundamentais para o efeito.
Veja abaixo as cinco recomendações deixadas pelo autor, que recordamos no dia de Combate à Poluição, que se assinala este sábado, 14 de agosto.
Vá às compras sem plástico. Quando falamos em ir às compras, referimo-nos a ter uma garrafa de água sem ser deste material, uma sacola para levar as compras, uma lancheira, um copo de café reutilizável e uns tupperwares de vidro, por exemplo.
Livre-se do plástico que tem em casa. Comece pela casa-de-banho, passe pela cozinha e pelos quartos e termine na sala. Confira os seus produtos de cosmética para ver se são isentos de microesferas, livre-se de palhinhas e talheres descartáveis. Não sabe o que fazer com isso tudo? O autor aconselha a devolver ao fornecedor com um papel que diz que em sua casa não entra mais plástico.
Aconselhe outras pessoas a fazerem o mesmo. Porque os conselhos de amigos e familiares têm muito mais impacto do que só um livro ou só um anúncio de televisão. Dê dicas úteis às pessoas que lhe estão mais próximas, incluindo vizinhos.
Faça planos para acabar de vez com o plástico. É preciso, de facto, planear as coisas se queremos acabar com o plástico, porque na sociedade atual não é tarefa fácil. Aproveite um dia em casa para fazer uma lista de lojas que já vendem produtos com esta preocupação. Prepare o seu dia a dia de forma a vivê-lo sem plástico.
Por último, dê início à sua própria campanha contra o plástico. Veja na sua zona quais os estabelecimentos campeões no consumo deste material e fale com os seus donos. Peça para acabar com os talheres, tabuleiros, copos deste material. E peça ajuda aos seus amigos também. Afinal de contas, o cliente tem sempre razão.
