Cinzas transformadas em diamante. App portuguesa quer mudar o luto

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[Fotografia: Facebook/Cre.mar]

A ‘startup’ CRE.MAR, que torna cinzas em diamantes, espera alargar os seus serviços a todo o país no próximo ano e internacionalizar o conceito em França, Finlândia e Espanha, disse hoje o fundador Vítor Oliveira.

A CRE.MAR, que foi a vencedora do Road2WebSummit, promete entregar a urna com as cinzas em 72 horas, como também transformar as cinzas em diamantes.

Questionado sobre quais são os objetivos da ‘startup’, Vítor Oliveira adiantou, na conferência de imprensa em que a empresa foi apresentada como vencedora, que “é rapidamente ter cobertura no mercado português” e com “o financiamento e apoio correto” replicar o modelo de negócio na Europa, nomeadamente em França, Finlândia e Espanha.

O empreendedor explicou que a escolha destes três mercados europeus tem a ver com o “crescimento que estão a apresentar nos processos de cremação”.

Atualmente, a CRE.MAR opera nos distritos de Braga e Porto. “Portanto, é esse o nosso plano e para ser unicórnio é preciso crescer rápido”, sublinhou Vítor Oliveira.

“Com os diamantes [a partir de cinzas] temos cobertura nacional, quem tem cinzas em casa pode solicitar, temos uma lista de espera grande agora”, apontou.

“Neste momento, tivemos uma explosão de pedidos, não de cremações, mas sobre os diamantes”, acrescentou. Relativamente ao processo de cremação, “eu diria que se calhar no próximo ano temos cobertura nacional”, avançou o fundador.

Questionado sobre como surgiu a ideia, Vítor Oliveira salientou que tal aconteceu em 2017, a partir de uma experiência pessoal, em que teve de contactar com esta realidade.

A isso junta-se a preocupação que Vítor Oliveira tem com as questões ambientais, sendo que a cremação “tem uma vertente ecológica”.”Tivemos contactos durante esta feira com investidores de várias áreas, se tivermos uma ronda de investimento, quero que seja em Portugal”. Agora “nos outros mercados [europeus] diria que em cinco anos gostava de ter alguma visibilidade nesses mercados”, detalhou Vítor Oliveira.

A empresa quer “nos próximos cinco anos estar na Europa”, através do modelo de negócio de ‘franchising’. Em Portugal, conta ainda ter uma linha de apoio telefónico para acompanhar o luto dos familiares.

Afirmando-se como uma empresa sustentável, Vítor Oliveira salienta que o processo de cremação é mais amigo do ambiente, “do que o corpo no solo”.

Mas não se fica por aqui e promete ir mais longe na ecologia do fim da vida. “Queremos implementar hidrólise alcalina cá, cremação à base de água, que é equivalente a um cigarro para a atmosfera“, explicou Vítor Oliveira. E esta, conclui, “é a forma mais ecológica de morrer”.